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Brasil Para MPF, dono de avião que caiu intermediou propina a Eduardo Campos

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O então candidato à Presidência Eduardo Campos, que morreu em 2014 em uma queda de avião. (Foto: PSB/Divulgação)

Preso pela Polícia Federal nesta terça (21), João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, um dos donos do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos intermediou o pagamento de propina para as campanhas de Campos à presidência da República e do senador Fernando Bezerra Coelho, em 2014.

A informação consta no despacho da juíza Amanda Torres de Lucena Diniz Araújo, da Justiça Federal em Pernambuco, ao qual a reportagem teve acesso, em que foi autorizada a Operação Turbulência, deflagrada pela PF e que levou para a cadeia quatro pessoas, entre elas João Carlos Lyra.

De acordo com a investigação, funcionários da construtora Camargo Corrêa apontaram Lyra como o interposto do pagamento de suborno pela empresa aos dois candidatos do PSB.

“Ele foi reconhecido pelos ex-empregados da Camargo Correa, Gilmar Pereira Campos e Wilson da Costa, como sendo a pessoa encarregada de entregar a propina devida por aquela empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao senador Fernando Bezerra Coelho em virtude das obras da Refinaria Abreu e Lima[…], e ainda se enfatiza que ele se apresentou formalmente como o único adquirente do avião”, sustentam os investigadores no trecho foi reproduzido pela magistrada.

A operação desta terça, batizada de turbulência, identificou um esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de mais de uma dezena de empresas, parte delas fantasmas, que teriam abastecidos os caixas da campanhas dos dois quadros do PSB em 2014.

De acordo com a investigação, além de Lyra, outros dois cabeças da quadrilha e Eduardo eram os verdadeiros donos do avião Cessna Citation, que caiu em Santos (SP), quando transportava Campos e assessores, no meio da corrida eleitoral de 2014.

LAVA-JATO

Dois delatores da Operação Lava-Jato, Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, ambos ligados à OAS, afirmaram em seus depoimentos que Carlos Lyra era o ponto de contato da empreiteira com diversos beneficiários de propina do esquema apurado pela Lava-Jato.

“Aponta-se que foi reconhecido pelos operadores financeiros Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, antes referidos, como sendo uma pessoa que viabilizaria o dinheiro em espécie para pagamento de vantagem indevida, efetuado pela Construtora OAS, cobrando taxa de 2% sobre o montante total, indicando, em contrapartida, as contas de diversas pessoas físicas e jurídicas investigadas nesses autos para recebimento de recursos”, diz o despacho.

Segundo Trombeta e Morales, o operador de Campos atuava com uma espécie de venda de dinheiro vivo e, conforme atesta a investigação, acumulou vultuosas quantias com a atividade ilegal.

“Há provas cabais (documentos de transferência ou depósitos bancários) de que, somente com esse esquema criminoso, João Carlos teria sido beneficiado em sua conta pessoal com R$ 2.850.000,00 (dois milhões, oitocentos e cinquenta mil reais), além do que ele seria detentor de um expressivo patrimônio de veículos, lanchas e Jet ski, aparentemente não compatível com seus rendimentos declarados”, afirmam os investigadores.

OUTRO LADO

Procurado pela reportagem, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que “todos os recursos que entraram na campanha de Eduardo Campos em 2014 foram registrados na Justiça Eleitoral”. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porém, ainda analisa a prestação de contas da campanha de Campos e Marina Silva, sua vice e que, após o acidente, assumiu a cabeça de chapa.

“Não há nada que tenha sido feito de outra maneira. Se há problema, precisa ser apurado”, disse Siqueira, que coordenou a campanha até a morte do ex-governador. Ele acrescentou ainda que confia na conduta de Campos e que é preciso “provar essas acusações”.

O senador Fernando Bezerra Colho classificou como ilações as os elementos da investigação e disse que jamais foi citado por qualquer pessoa da Camargo Corrêa.

“Passado mais de um ano, o inquérito segue sem prova alguma sobre a suposta participação do senador em qualquer atividade ilícita, estando tal investigação calcada em informações conflitantes fornecidas por delatores e sem qualquer documento comprobatório”, argumentou.

A respeito de Operação Turbulência, Bezerra Coelho também negou relação com os fatos.

“[O senador] reafirma que não foi coordenador das campanhas de Eduardo Campos nem em 2014, à Presidência da República, nem em 2010; não tendo, portanto, exercido qualquer função financeira nas campanhas de Campos”, justificou o parlamentar. (Folhapress)

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https://www.osul.com.br/para-mpf-dono-de-aviao-que-caiu-intermediou-propina-a-eduardo-campos/ Para MPF, dono de avião que caiu intermediou propina a Eduardo Campos 2016-06-22
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