Quinta-feira, 02 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2020
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, o enfrentamento entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso em torno do Orçamento impositivo foi uma “disputa legítima”. Ele evitou usar a palavra “acordo” para definir a negociação em torno da divisão de R$ 30,8 bilhões do Orçamento de 2020.
“O que houve foi uma disputa legítima em torno de Orçamento onde o acordo final, na verdade, o entendimento final foi o seguinte: tudo bem, esse espaço é seu mas, por favor, regulamente o Orçamento impositivo”, disse Guedes nesta quinta-feira (5). O ministro deu entrevista à imprensa após reunião com empresários e o presidente Bolsonaro na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O ministro disse também que houve um aprendizado em torno da disputa pelo Orçamento. “Estamos atravessando um período de aperfeiçoamento institucional”, afirmou.
Segundo Guedes, o governo e o Congresso vão trabalhar juntos porque “tem espaço para todo mundo no Orçamento”.
O ministro minimizou os recentes embates entre Bolsonaro e os parlamentares. “Eu acho que nós vamos entender que temos um país extraordinário, nós temos um sistema politico efetivo, que funciona”, disse.
Nos últimos dias, Bolsonaro entrou em rota de colisão com o Congresso não só pelo Orçamento impositivo, mas ao disparar mensagens pelo WhatsApp com convocações para protestos de rua contra os parlamentares.
Ao comentar a alta do dólar, o ministro falou sobre os embates. “É natural, nós não implementamos ainda as reformas. Há muita dúvida, vocês mesmo estavam noticiando dois dias atrás ‘está o caos, o presidente não se entende com o Congresso, não vai ter as reformas mais’. Toda hora tem uma bomba né?”, disse.
Após um acordo com o governo, o Congresso manteve, na quarta-feira (4), vetos de Bolsonaro ao Orçamento impositivo e deu uma trégua temporária na disputa pelo controle de verbas federais.
Com a decisão, o Executivo retoma por enquanto o controle de R$ 30,8 bilhões, mas o acerto prevê que a gestão desse montante ainda será repartida com o Parlamento, com a votação de projetos prevista para a semana que vem.
A tensão subiu após o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) afirmar, no dia 18 de fevereiro, que congressistas chantageiam o Planalto.