Terça-feira, 10 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2025
A vice-liderança do PL na Câmara dos Deputados entrou com pedido junto ao Ministério Público Federal (MPF) para que se apure suposto ato de improbidade administrativa contra o Ministério da Cultura por contratar a cantora Roberta Sá para apresentação em jantar promovido pelo governo francês com participação do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o pedido encaminhado pelo deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), a contratação ocorreu “por meio de inexigibilidade de licitação, com valor total de 168 mil reais, conforme publicação no Diário Oficial da União de 4 de junho de 2025. A justificativa apresentada pelo ministério foi a de que o valor corresponde ao chamado ‘cachê colado’, o qual abrange honorários da artista, custos com deslocamento, estadia, alimentação e equipe técnica”.
Para o parlamentar, em que pese a relevância e importância diplomática das relações entre os dois países, “a contratação levanta questionamentos quanto ao rigor na gestão orçamentária, priorização de despesas e compliance com os princípios administrativos constitucionais”.
A oposição cita que o jantar foi promovido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e não há, até o momento, motivos para que o governo brasileiro custeasse a contratação de quase 170 mil reais para a artista brasileira se
apresentar no encontro.
“A contratação ora questionada, se realizada sem análise técnica rigorosa sobre sua necessidade e compatibilidade com o interesse público, pode ser interpretada como: malbaratamento de recursos públicos, ao destinar verba da União para fins culturais indiretos, sem mensuração de resultado prático ou institucional; desvio de finalidade administrativa, ao empregar recursos do orçamento cultural em evento diplomático de outro governo; afronta à moralidade administrativa, pelo custo elevado e pela ausência de critérios objetivos na escolha da artista e na
justificativa de custo-benefício”, disse em outro trecho do documento. O pedido do PL está em análise na Procuradoria-Geral da República (PGR).
Viagem
Durante seis dias, o chefe de Estado se encontrou com diversas autoridades locais e internacionais, assinou acordos e atos de cooperação e visitou quatro cidades – em território francês, mas também em Mônaco, um principado independente localizado na zona costeira do Mediterrâneo.
Ao todo, o presidente já visitou mais de 30 países desde o início do seu mandato atual – sendo que oito apenas em 2025.
Segundo Lula, muitos o questionam sobre seus gastos nos giros internacionais. Mas na França, ele defendeu que têm valido a pena.
“Eu não sei quanto estou gastando porque não cuido disso. Mas sei o quanto estou levando de volta para o Brasil”, afirmou em uma coletiva de imprensa no sábado (7/6) em Paris. As informações são da Revista Veja e do portal BBC News.