Segunda-feira, 22 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2025
A ideia é apostar em vídeos curtos, chamativos e com potencial de viralizar
Foto: ReproduçãoSob nova direção, a Secretaria de Comunicação do PT pretende ampliar o uso de IA (inteligência artificial) na produção de conteúdo para redes sociais. A ideia é apostar em vídeos curtos, chamativos e com potencial de viralizar, como forma de aproximar o partido de públicos mais distantes, entre eles jovens e trabalhadores de aplicativos.
Desde o embate entre o governo Lula e o Congresso sobre a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o PT tem defendido a bandeira da justiça tributária sob o mote da “taxação BBB” – bancos, bets e bilionários. Após as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, a sigla também incorporou a retórica da soberania nacional.
Com vídeos gerados por IA, que geralmente mostram pessoas comuns em oposição a magnatas engravatados, a estratégia foi bem recebida pela cúpula petista. Parlamentares ouvidos pela reportagem avaliam que a esquerda finalmente encontrou uma “fórmula do sucesso” nas redes. O próximo passo é intensificar a ofensiva mirando as eleições de 2026.
O ex-presidente do PT da Bahia Éden Valadares assumiu a Secretaria de Comunicação no último dia 23, no lugar do deputado Jilmar Tatto (SP), agora vice-presidente do partido. Na véspera, Valadares se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu ousadia na comunicação e maior foco nos jovens.
“Precisamos arriscar, ser ousados, perder o medo de errar e inovar na estética, na linguagem e no discurso”, disse Valadares ao Estadão. Para ele, o PT compreendeu que, além da disputa política nas ruas, é necessário travar o embate na internet. Entre as prioridades, estão a criação de uma rede de comunicação mais interativa com filiados e simpatizantes e o fortalecimento da mobilização digital.
Questionado sobre o uso de IA, Valadares classificou a experiência como “um momento de ousadia que deu certo”. Segundo ele, o partido seguirá utilizando a tecnologia, mas já busca novas linguagens para manter a comunicação dinâmica.
O uso intensivo da IA começou ainda sob Tatto. Com vídeos de estética simplificada e personagens digitais, o PT conseguiu traduzir discursos tributários complexos em narrativas diretas, centradas em pessoas comuns indignadas com injustiças. Como mostrou o Estadão, o modelo foi concebido pelo marqueteiro Otávio Antunes.
A lógica também difere das estratégias tradicionais. Em vez de contratar grandes agências, o PT prioriza profissionais com trajetória política e ligação partidária, apostando que essa proximidade com a militância confere mais autenticidade às mensagens. (Com informações de O Estado de S.Paulo)