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Brasil Partidos adotam nomes novos, mas sem abrir mão de parlamentares investigados e infiéis

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Vaccarezza foi líder dos governos Dilma e Lula na Câmara. (Foto: Antonio Cruz/ABr)

Donos de mais de 1,5 milhão de votos obtidos nas eleições para a Câmara dos Deputados em 2014, PTN e PTdoB decidiram que mudar de nome pode melhorar o desempenho eleitoral e ajudar na reconexão com uma sociedade pouco interessada em política. Agora, o PTN chama-se Podemos. E o PTdoB está prestes a se tornar o Avante. Por trás da mudança de nome, porém, estão políticos tradicionais, parlamentares sob investigação e outros que têm o hábito de trocar de partidos.

As duas legendas têm mais coisas em comum, além de serem partidos pequenos. Nos dois casos, os novos nomes têm como premissa deixar para trás a desgastada palavra partido, que virou sinônimo de velhas práticas políticas. E os presidentes do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), e do futuro Avante, Luís Tibé (PTdoB-MG), veem com restrições a criação de uma cláusula de barreira para as próximas eleições. Essa regra obriga os partidos a conseguirem um percentual mínimo de votos válidos em um número mínimo de estados na disputa para a Câmara dos Deputados.

As legendas que não atingirem essa meta ficariam sem acesso a recursos do fundo partidário e tempo de TV e rádio na propaganda eleitoral. A proposta em análise na Câmara prevê uma meta de 2% dos votos válidos em pelo menos 14 estados. E há pressão para reduzir a barreira para 1,5% dos votos válidos em nove estados.

Enquanto não se aprova uma cláusula de desempenho, Podemos e Avante aproveitam para ampliar suas bancadas. O antigo PTN começou a legislatura com quatro deputados e agora já tem 15. O PTdoB, futuro Avante, pulou de um deputado para quatro.

Mudar de nome ou evitar a palavra partido não é uma novidade no Brasil. Em 2007 o PFL virou Democratas, e em 2015, a ex-senadora Marina Silva criou a Rede Sustentabilidade, que se autointitula um movimento.

Nesse processo de “engorda” dos novos partidos, o Podemos atraiu, na maior parte, deputados em primeiro mandato, um critério adotado pela presidente da legenda, Renata Abreu, que espera aumentar a bancada para 25 parlamentares na próxima janela de transferências.

Porém, também chegaram à legenda o deputado Ademir Camilo (MG), que desde 1991 já passou por seis partidos, e Carlos Henrique Gaguim (TO), que, mesmo estreante na Câmara, já está na terceira legenda. O Podemos também filiou dois senadores. O ex-jogador Romário (RJ) e o senador Álvaro Dias (PR), que deve concorrer à Presidência pela nova “marca”.

Questionada se imporia critérios éticos para ingresso na legenda, Renata disse ser difícil estabelecer tal exigência. “Fazer um trabalho preventivo é difícil, temos que tomar cuidado para não prejulgar. Temos que ter a cultura de reagir após o julgamento. Se for condenado, aí tem que afastar e expulsar”, afirma.

A mudança de nome, contudo, não é um antídoto para renovar o partido. O presidente do futuro Avante, em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, será o ex-deputado e líder dos governos petistas na Câmara Cândido Vaccarezza. Também ingressou na legenda o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), que está no seu terceiro mandato.

“Eu saí do PT no começo de 2016, mas minhas diferenças com o partido começaram no fim do governo Lula. Eu só não saí antes porque precisava resolver umas questões da Lava-Jato. Eu fui citado nas investigações, mas os dois inquéritos que estavam sendo analisados pelo [juiz Sérgio] Moro foram arquivados. Quando isso aconteceu, eu mudei de partido”, contou Vaccarezza.

A crise econômica mundial impulsionou a criação de movimentos políticos que depois migraram para ação partidária eleitoral na Europa. É o caso do Podemos, na Espanha, e, mais recentemente, o Em Marcha!, do atual presidente francês Emmanuel Macron. Em comum, esses movimentos têm na sua gênese uma forma mais atual de se conectar à sociedade, utilizando ferramentas tecnológicas para ativar o interesse dos eleitores.

A presidente do Podemos disse que se inspirou nesses movimentos para refundar o PTN.

“Queríamos um nome que representasse um sentimento, por isso estávamos inspirados no Podemos da Espanha ou no slogan “yes, we can” (usado pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama na eleição de 2008). Na pesquisa que fizemos, a palavra Podemos foi uma das mais citadas e decidimos por esse nome”, conta Renata. (Jeferson Ribeiro/AG)

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