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Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2015
Denunciado pelo Ministério Público na Operação Lava-Jato, sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o deputado Arthur Lira (PP-AL) usou verba da Câmara dos Deputados para custear viagens a São Paulo em dias em que fez visitas ao escritório do doleiro Alberto Youssef.
Notas fiscais de sua cota para exercício da atividade parlamentar mostram que, em três ocasiões, viagens de Lira a São Paulo coincidem com registros de entrada na portaria de um escritório de Youssef. A PF (Polícia Federal) diz que as visitas ao doleiro, “ao que tudo indica”, eram para pedir o pagamento de dívidas de campanha e apanhar dinheiro em espécie oriundo do esquema de corrupção na Petrobras.
Lira preside a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara, e é aliado de confiança do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também denunciado na Lava-Jato. Em ambos os casos, o Supremo Tribunal Federal ainda não decidiu se vai abrir ação penal, o que os tornaria réus.
Em tese, a verba parlamentar destinada a passagens aéreas é reservada para atividades relacionadas ao mandato ou para retorno ao Estado de origem do parlamentar. As viagens de Brasília a São Paulo para visitar Youssef foram nos dias 3 de fevereiro, 24 de fevereiro e 7 de julho de 2011.
Em todas, Lira deixou São Paulo no mesmo dia. Em uma delas, o retorno foi para Brasília. Em outras duas, para Alagoas, seu Estado de origem. O custo total desses deslocamentos foi de cerca de 3,5 mil reais, segundo os dados das notas fiscais.