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Por Redação O Sul | 8 de maio de 2017
Pastoras trassexuais celebraram na última sexta-feira, pela primeira vez, uma missa em Cuba. Uma das pastoras é brasileiras. As outras vêm dos Estados Unidos e do Canadá. O evento inédito foi realizado na cidade de Matanzas, a leste da capital Havana.
A missa foi o último evento de uma conferência de três dias sobre transexualidade e teologia, organizada pela filial cubana da Igreja da Comunidade Metropolitana Internacional, aberta a fiéis LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). A filial foi fundada há quase dois anos pela pastora lésbica Elaine Saralegui, que disse que a conferência incentiva uma maior inclusão de transexuais e mostra que ser trans e cristão não é incompatível.
“Essa noite foi uma noite de celebração da igualdade entre todas as pessoas, marcando uma nova era para Cuba”, disse a pastora brasileira Alexya Salvador. “O amor de Deus é radicalmente inclusivo”, acrescentou.
A conferência aconteceu antes do décimo aniversário da celebração do Dia Mundial contra a homofobia, que será celebrado no próximo final de semana.
Durante décadas, pertencer a uma religião e ser algo que não heterossexual eram motivos de discriminação em Cuba governada por comunistas. Nos primeiros anos após a revolução de 1959, crentes e homossexuais religiosas foram enviados a campos de trabalho “correcional”. A missa para trans mostra uma mudança na ilha.
As pastores trans afirmam que estão impressionados pelo progresso de Cuba em alguns aspectos, como o apoio estatal ao financiamento para a mudança de sexo. Mas, por outro lado, o país está atrás em relação aos outros países da América Latina em outros aspectos, como no casamento gay. (Reuters)