Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2015
O pedido da PF (Polícia Federal) para ouvir o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Operação Lava-Jato aumentou a indignação de segmentos do PT com a atuação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Na avaliação de dirigentes ligados ao petista, o relatório é “arbitrário”, pois não menciona suspeitas específicas de envolvimento de Lula em irregularidades, aspecto reconhecido pelo próprio documento da PF.
Eles entendem, ainda, que falta um maior poder de persuasão de Cardozo sobre a PF, algo que estaria ocorrendo desde o primeiro mandato (2011–2014) da presidenta Dilma Rousseff. Cardozo estaria ciente das críticas e alegou reuniões em Brasília para desmarcar a presença em um evento do PT em São Paulo, no sábado.
“Não fui informado”
Na sexta-feira, após participar de eventos com trabalhadores na capital argentina Buenos Aires, Lula disse que o momento ainda não é declarações. “Não sei como comunicaram a vocês e não a mim, é uma pena”, respondeu a um grupo de jornalistas que tentavam entrevistá-lo, no hotel, sobre a solicitação da PF para que deponha na Operação Lava-Jato.
O pedido ainda será analisado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e, pelas regras do STF (Supremo Tribunal Federal), só será avaliado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato na Corte, após manifestação formal do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Se este último for contrário à ideia, Lula não deverá ser ouvido. (Marcello Campos com agências)