Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2016
Apesar da proximidade, moradores de cidades de Roraima nunca tinham visto tantos venezuelanos por lá. Os pedidos de refúgio no estado aumentaram 7.000% nos últimos dois anos. Em supermercados de cidades da fronteira, as vendas chegaram a dobrar.
Os venezuelanos estão enchendo carrinhos com arroz, açúcar e outros alimentos, e também andam pelas ruas em busca de emprego e moradia. Muitos têm ensino superior, mas acabam assumindo funções que exigem menos qualificação. E, para economizar, dividem imóveis com conterrâneos na mesma situação.
Inflação, insegurança e escassez de produtos básicos já eram o contexto da Venezuela em 2014, quando explodiram as manifestações de estudantes e opositores do governo de Nicolás Maduro que acabaram em confrontos violentos e a morte de pelo menos 40 pessoas.
Recentemente, porém, a situação se agravou. A inflação passou a ser a “maior do mundo”, segundo o FMI. A escassez de remédios levou o Parlamento a decretar “crise humanitária”. O racionamento de energia, as longas filas nos supermercados e o aumento da criminalidade aumentaram o descontentamento social, os protestos e saques.
Uma série de fatores agravou os problemas sociais e econômicos, como a alta dependência da importação de bens, a queda do preço do petróleo – maior fonte de suas divisas – e o controle estatal de produção e distribuição de produtos básicos.
A oposição tenta mobilizar o máximo de pessoas possível para conseguir realizar um referendo revogatório que tire Maduro do poder. Atualmente, as manifestações pressionam o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para dar sinal verde para o recolhimento das quatro milhões de assinaturas necessárias para realizar o referendo. (AG)