Domingo, 28 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2019
A PF (Polícia Federal) rebateu, em nota oficial, as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e negou que a troca de comando no Rio ocorra por problemas de desempenho da chefia. A corporação foi pega de surpresa na manhã desta quinta-feira (15) por um anúncio inesperado feito pelo presidente, de que haveria a mudança.
A substituição vinha sendo planejada, mas foi antecipada após a fala de Bolsonaro, que causou desconforto na PF. Além de ter dado a entender que foi ele o responsável pela decisão da troca, o presidente ainda disse que a mudança seria feita por problemas de “gestão e produtividade”.
“A Polícia Federal informa que a troca da autoridade máxima do órgão no estado já estava sendo planejada há alguns meses e o motivo da providência é o desejo manifestado, pelo próprio policial, de vir trabalhar em Brasília, não guardando qualquer relação com o desempenho do atual ocupante do cargo”, disse a Polícia Federal na nota.
Ricardo Saadi, atual chefe, será substituído por Carlos Henrique Oliveira, nome escolhido pelo diretor-geral da Policia Federal, Maurício Valeixo. Carlos Henrique é homem de confiança de Valeixo e já tinha sido promovido neste ano, quando virou superintendente de Pernambuco. Na nota, a PF confirmou o novo comandante do Rio.
“A substituição de superintendentes regionais é normal em um cenário de novo governo. De janeiro para cá, a PF já promoveu a troca de 11 superintendentes”. Essa é a segunda vez que a Polícia Federal se manifesta para negar ou esclarecer alguma declaração do governo.
Na primeira, no fim de julho, o órgão publicou uma nota oficial desmentindo a possibilidade de destruição do material encontrado com um suspeito de ter hackeado autoridades da Lava-Jato. Na época, a PF afirmou que caberia à Justiça, “em momento oportuno, definir o destino do material”, contradizendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que ligou para pessoas públicas avisando que o material seria destruído.
Alexandre Frota
Bolsonaro foi questionado nesta quinta-feira sobre a expulsão de Alexandre Frota do PSL, e deu de ombros, afirmando sequer saber de quem os jornalistas estavam falando. “Nem sei quem é… Quem é Alexandre Frota?”, ironizou o presidente. A declaração foi dada em conversa com jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada, antes de seguir para o restante dos compromissos do dia no Palácio do Planalto.
Frota e Bolsonaro já estiveram juntos, como na foto acima, de 29 de maio, quando conversaram na Câmara dos Deputados. O ator e deputado foi da “tropa de choque” do presidente, visitou o ainda candidato no hospital na época do atentado a facada e foi cotado como ministro da Cultura. Frota, deputado federal, discordou nas últimas semanas de diversos temas abordados pelo presidente e pelo PSL e atacou o guru político de parte dos bolsonaristas, Olavo de Carvalho. Na terça-feira (13) foi anunciada sua exclusão da legenda.