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Por Redação O Sul | 17 de junho de 2019
A advogada e ativista Zuzana Caputova tomou posse no sábado (15) como presidente da Eslováquia, tornando-se a primeira mulher a assumir o cargo máximo do país. A cerimônia de posse ocorreu em Bratislava, diante dos 150 membros do Conselho Nacional (Parlamento), e foi transmitida pela televisão “TA3”. As informações são da agência de notícias Efe.
“Juro, pela minha honra e consciência, fidelidade à República da Eslováquia e cuidar pelo bem-estar da nação eslovaca, e as minorias nacionais e outros grupos étnicos”, disse Zuzana diante do chefe do Tribunal Supremo e da Constituição.
Caputova, de 45 anos, é a quinta pessoa a assumir o cargo de chefe de Estado da Eslováquia desde que o país recuperou suas liberdades públicas e políticas após a queda do regime comunista em 1989, ainda dentro da antiga Tchecoslováquia, antes de se separar da mesma em 1º de janeiro de 1993.
Em seu discurso de posse, a presidente – uma jurista novata na política que conquistou os votos dos eleitores com uma campanha concentrada na luta contra a corrupção – ressaltou as mudanças “sistemáticas” que considera necessárias no sistema judicial do país.
Por outro lado, a advogada, que no passado liderou com sucesso uma longa campanha ecológica para desmantelar um despejo ilegal na capital, colocou à disposição dos cidadãos seus “conhecimentos, empatia e interesse pelo ativismo”.
“Ofereço minha mente, meu coração e minhas mãos. Quero ser a voz daqueles que não são ouvidos.”
Caputova chegou ao poder, segundo o jornal The New York Times, graças a uma onda de rejeição pública por um sistema político corrupto, alcançando uma vitória vista por muitos como uma crítica ao populismo de viés nativista e iliberal que vem se alastrando pelo continente europeu nos últimos anos.
“Estou feliz não apenas pelo resultado, mas principalmente porque é possível não sucumbir diante do populismo; é possível dizer a verdade e despertar o interesse das pessoas sem lançar mão de um vocabulário agressivo”, disse a seus partidários no discurso de vitória, em março.
Com um mandato de cinco anos, a nova chefe de Estado substitui o empresário independente Andrej Kiska no cargo.
Novata na política
Novata na política, Caputova ganhou notoriedade na Eslováquia ao protestar durante 14 anos contra a instalação de um aterro sanitário nos arredores da capital Bratislava. Em 2016, a agora presidente eleita venceu o Prêmio Goldman – uma espécie de Nobel para defensores do meio-ambiente – pelos 14 anos de esforços para impedir a construção do aterro.
Ela também encarnou os desejos anti-establishment durante os protestos contra a morte do jornalista Khan Kuciak, assassinado no ano passado enquanto investigava ligações entre o crime organizado e a classe política. O caso derrubou o governo eslovaco.
Divorciada e mãe de dois, Caputova tem ideias favoráveis à comunidade LGBT na Eslováquia – o país, de maioria católica, não reconhece o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.