Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de janeiro de 2020
De Edir Macedo a Silas Malafaia, os rostos mais conhecidos do movimento evangélico podem até ser masculinos, e o mais comum é encontrar um pregador homem nos cultos.
Já nas filas para pedir bênção e entregar o dízimo são as mulheres que prevalecem neste que é o segundo maior bloco religioso do Brasil, com 31% da população.
Elas respondem por 58% desse naco religioso, seis pontos acima da parcela feminina do País (52%), segundo pesquisa Datafolha feita nos dias 5 e 6 de dezembro do ano passado, com 2.948 entrevistados em 176 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
A ala feminina nos templos evangélicos fica ainda mais evidente se comparada com o catolicismo — ainda a maior crença nacional, embora em processo contínuo de retração (preferência de 90% nos anos 1980 e 50% hoje).
Entre adeptos dessa fé, mulheres são 51%, e homens, 49%. Compatível, portanto, com a representação dos dois gêneros na sociedade.
O universo evangélico é mais negro do que o católico. Somados, os que se declaram pretos ou pardos são 59% no primeiro grupo e 55% no segundo. Já os brancos, no catolicismo, são 36%, contra 30% do outro grande front cristão.
A porção de jovens crentes, como o grupo se autodenomina, é de 19% e pareia com a média nacional, 18%. Já os católicos nessa faixa etária (16 a 24 anos) são mais escassos, 13%.
Quanto mais velho for, maior a chance de preferir o papa a um pastor: 25% da turma com 60 anos ou mais segue a linha do Vaticano, e 16%, a evangélica.
As rendas familiares não diferem tanto assim entre um filão religioso e outro. Quase metade dos dois blocos ganha até dois salários mínimos, e 2% de cada um deles dizem viver com mais de 10 salários mínimos.
É no Norte que essa onda evangélica vem desaguando com mais força. Empatado com o Centro-Oeste como área menos povoada do país, com 8% dos brasileiros cada uma, a região tem a maior proporção de fiéis (39%). O Nordeste tem a menor (27%).
Religião dos brasileiros
Católica: 50%; Evangélica: 31%; Não tem religião: 10%; Espírita: 3%; Umbanda, candomblé ou outras religiões afro-brasileiras: 2%, Outra: 2%; Ateu: 1%; e Judaica: 0,3%.
Religião por sexo
Católicos: Mulher: 51%; Homem: 49%.
Evangélicos: Mulher: 58%; Homem: 42%.
Religião por cor
Católicos: Parda: 41%; Branca: 36%; Preta: 14%; Amarela: 2%; Indígena: 2%; Outras: 4%.
Evangélicos: Parda: 43%; Branca: 30%; Preta: 16%; Amarela: 3%; Indígena: 2%; Outras: 5%.
Religião por idade
Católicos: 16 a 24 anos: 13%; 25 a 34 anos: 17%; 35 a 44 anos: 18%; 45 a 59 anos: 26%; 60 anos ou mais: 25%.
Evangélicos: 16 a 24 anos: 19%; 25 a 34 anos: 21%; 35 a 44 anos: 22%; 45 a 59 anos: 23%; 60 anos ou mais: 16%.
Religião por escolaridade
Católicos: Fundamental: 38%; Médio: 42%; Superior: 20%.
Evangélicos: Fundamental: 35%; Médio: 49%; Superior: 15%.
Renda
Católicos: Até 2 salários mínimos: 46%; De 2 a 3 salários mínimos: 21%; De 3 a 5 salários mínimos: 17%; de 5 a 10 salários mínimos: 9%; Mais de 10 salários mínimos: 2%.
Evangélicos: Até 2 salários mínimos: 48%; De 2 a 3 salários mínimos: 21%; De 3 a 5 salários mínimos: 17%; de 5 a 10 salários mínimos: 7%; Mais de 10 salários mínimos: 2%.
Região do País
Católicos: Sudeste: 45%; Sul: 53%; Nordeste: 59%; Centro-Oeste: 49%; Norte: 50%.
Evangélicos: Sudeste: 32%; Sul: 30%; Nordeste: 27%; Centro-Oeste: 33%; Norte: 39%.