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Brasil Pesquisadores avaliam que grande parte da disparada do dólar no Brasil é resultado de problemas internos do País, e não de fatores externos como a expansão do coronavírus

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Cotação atingiu o seu auge na quinta-feira, quando a moeda estrangeira chegou a R$ 4,65. (Foto: EBC)

Atingindo o seu auge na última quinta-feira, com o dólar cotado a R$ 4,65, a disparada cambial das últimas semanas no Brasil é resultado, em grande parte, de problemas internos do País, e não de fatores internacionais como a epidemia do coronavírus. A conclusão é de um estudo inédito da FGV (Fundação Getúlio Vargas): se até janeiro questões externas dominaram a desvalorização do real, de fevereiro em diante a situação se inverteu.

De acordo com o pesquisador do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, Livio Ribeiro, 76% da desvalorização do real nas últimas quatro semanas foi puxado por problemas internos. Foi nesse período que se acirrou o embate entre Executivo e Legislativo, ameaçando o andamento de reformas, tema levado muito em conta pelo mercado financeiro mas, de certa forma, escamoteado pela repercussão dos novos casos da doença.

“Tem uma parcela da depreciação que não é explicada, mas o que observamos é que o mundo de fato piorou, mas grande parte deve ser cobrada de nós mesmos”, frisou o especialista durante o seminário “Perspectivas 2020 – 1º trimestre”, organizado pelo Ibre/FGV.

Ribeiro mencionou a situação similar ocorrido em maio do ano passado, quando houve um embate entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante a tramitação do projeto de reforma da Previdência. O real também sofreu forte desvalorização, em um movimento isolado em relação a outras moedas.

Medo

Na opinião do economista sênior da LCA Consultores, Braulio Borges, que também atua como pesquisador do Ibre/FGV, o confronto entre o Executivo e o Legislativo “pesa muito na avaliação do mercado financeiro” e, de fato, contribuiu para o movimento de alta do dólar.

Ele observa, porém, o predomínio da expansão do coronavírus nas pautas do noticiário geral. “O pânico está sendo criado e os mercados estão deixando a racionalidade de lado”, analisa. “Com isso, são maiores as chances de ocorrer disfuncionalidades. Estamos indo para duas semanas de sangria desatada nos mercados. Se prosseguir por mais duas, três semanas nesse ritmo, a destruição de riqueza financeira será enorme.”

Esse pânico também levou vários países a reverem as previsões de PIB (Produto Interno Bruto) para este ano – postura que o analista considera precipitadas.

Juros

Um novo corte da taxa de juros (hoje em 4,25%) por parte do BC (Banco Central) para amenizar o cenário econômico não é consenso entre os pesquisadores. Samuel Pessôa, do Ibre/FGV, apoia a redução com a justificativa de que a demanda está fraca, o que colaborou para o “resultando frustrante” de alta de 1,1% do PIB no ano passado.

Já Armando Castelar, da mesma instituição, avalia que um novo corte neste momento pode ser contraproducente para a atividade econômica, pois oferece o risco de pressionar o câmbio e indicar que a crise por causa do coronavírus está pior.

O Ibre espera uma queda dos juros para 3,75% este ano, informa a coordenadora do Boletim Macro da FGV, Silvia Matos. Segundo ela, ainda dá para acreditar que a economia brasileira pode crescer 2% neste ano, desde que o impacto dos coronavírus não for tão forte no País.

Investimentos em infraestrutura seriam uma alternativa para o crescimento, mas ela não vê empenho do governo por exemplo em avançar com as programas de concessão. Além disso, o investidor continua esperando reformas e ações que garantam previsibilidade nos negócios. “Com esse pânico aberto dos mercados,, está cada vez mais difícil chegar aos 2% de crescimento em 2020.”

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