Até o dia 6 de abril, os médicos brasileiros incluíram dados de 123 pacientes, sendo que a maioria deles apresentou anosmia súbita (85,4%), com predomínio feminino (61%) e variação de idades entre 17 e 66 anos. “Devido às indicações restritas de testagem para a COVID-19, grande parte dos pacientes com alteração aguda do olfato não foi testada (60,2%). Dentre os 39,8% testados, a maioria apresentou confirmação da doença (84,8%)”, revela Sant’Anna.
Paralelamente à pesquisa para médicos realizada pela ABR/ABORL-CCF, um grupo de médicos otorrinolaringologistas do Rio de Janeiro promoveu outra análise, também voltada para os pacientes com anosmia, que reuniu 501 respostas até o dia 6 de abril, com padrões parecidos aos resultados do levantamento da ABR/ABORL-CCF.
A maioria dos pacientes era do Rio de Janeiro (67,8%), e outros 16,6% de São Paulo. Os sintomas concomitantes à anosmia mais relatados pelos pacientes foram tosse (58,5%), obstrução nasal (47%), febre (43,4%), rinorreia (36%) e diarreia (32,6%). “Interessante notar que tosse e febre foram sintomas frequentes em ambas as pesquisas. Neste caso, dentre os pacientes com obstrução nasal além da anosmia, a maioria (64%) referiu que os sintomas eram independentes, não ocorrendo concomitantemente. Outro dado importante dessa pesquisa promovida por otorrinolaringologistas do Rio de Janeiro é que, dos 20,4% de pacientes que realizaram o teste para confirmação da Covid-19, 90,2% dos testados confirmou a doença”, detalha o presidente da ABORL-CCF.
Quanto à conduta instituída, a maioria dos pacientes foi orientada a aguardar sem medicação inicial (43,9%). Enquanto lavagens nasais com soro fisiológico (33,3%) e corticosteroide tópico nasal (14,6%) foram os tratamentos mais realizados. Quase metade dos pacientes apresentou melhora (19,5% de melhora total e 30,1% de melhora parcial). Cerca de 20% dos pacientes não apresentou melhora e, em 30,1% dos casos, ainda não há resultado final do tratamento.