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Brasil “Pessoas razoáveis já não têm espaço no Brasil”, diz Fernando Henrique Cardoso

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Ex-presidente atribui polarização do País a Bolsonaro e ao comportamento do PT. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Em entrevista ao jornal argentino Clarín, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que não se apresentaria novamente como candidato a presidente do Brasil porque é “um homem razoável e as pessoas razoáveis já não têm espaço num País polarizado.”

O ex-presidente disse que a polarização brasileira não se deve apenas ao presidente eleito Jair Bolsonaro, mas também ao comportamento do PT. “Eles sentenciavam que eram os bons e os demais, os maus. A mim, me acusavam de neoliberal, algo que nunca fui, mas era um modo de dizer que eu não servia.”

Indagado sobre se Bolsonaro é um fascista, Fernando Henrique Cardoso disse que não. “O fascismo é algo organizado. Ele representa um autoritarismo que pode ter qualquer tipo de base ideológica.” Afirmou, ainda, que não gosta de ver Lula preso. “É ruim para ele e para o País, mas eu respeito a lei.”

Sobre Bolsonaro, disse que é preciso esperar e que faria resistência se houvesse “qualquer tentativa autoritária, a isso é preciso colocar freio.” Acrescentou que a sugestão de mudança da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém foi uma ação “precipitada” do presidente eleito.

“A posição tradicional do Brasil e a minha é a favor do Estado de Israel e da Palestina. Por que adotar outra que pode ser entendida por uma parte como uma provocação?”

Fernando Henrique Cardoso concedeu a entrevista em Madri, onde tinha prevista uma visita mais longa, mas que teve de ser interrompida porque sua mulher, Patricia Kundrat, mais de 40 anos mais jovem que ele, passou mal. Então, brincou, “isso me acontece por ter me casado com uma anciã. Da próxima vez, caso com uma mais jovem.”

Provocações

Na semana passada, Fernando Henrique Cardoso e o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) trocaram uma série de provocações nas redes sociais, após declaração do tucano de que o governo Bolsonaro deve ser prejudicial à imagem do País no exterior. Em programa gravado em Lisboa, FHC disse que em seu modo de ver o próximo governo deverá ter um impacto negativo em outros países.

“Ele [Bolsonaro] disse que o Mercosul não é prioridade, o que abala a relação do Brasil com parceiros do Sul. Foi dito que, eventualmente, o Brasil poderia cortar relações com certos países”, afirmou.

A declaração foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, que acompanhou o evento Fronteiras XXI, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e a emissora RTP 3, no último dia 3, em Portugal.

Após a repercussão da fala de FHC, Bolsonaro publicou em seu Twitter uma foto em que o ex-presidente aparece segurando o livro “Prisoner of the State: The Secret Journal of Premier Zhao Ziyang” (O Prisioneiro do Estado: O Jornal Secreto do Primeiro Ministro Zhao Ziyang), escrito pelo ex-líder do Partido Comunista da China Zhao Ziyang.

A publicação do presidente eleito teve mais de 22 mil curtidas e, a maioria dos comentários, acusa o tucano de ser comunista. Um deles é o do dono das Lojas Havan, Luciano Hang, que diz: “FHC enganou a mim e a todos os Brasileiros. É um comunista”.

 

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https://www.osul.com.br/pessoas-razoaveis-ja-nao-tem-espaco-no-brasil-diz-fernando-henrique-cardoso/ “Pessoas razoáveis já não têm espaço no Brasil”, diz Fernando Henrique Cardoso 2018-11-11
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