Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2019
A Petrobras informa que finalizou, por meio de sua subsidiária PAI (Petrobras America Inc.), a venda de 100% de suas ações nas empresas que compõem o sistema de refino de Pasadena, nos Estados Unidos, para a empresa Chevron (Chevron U.S.A. Inc.).
O fechamento da transação ocorreu nesta quarta-feira, 1º de maio, com o pagamento pela Chevron para a PAI de US$ 467 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão), sendo US$ 350 milhões pelo valor das ações e US$ 117 milhões de capital de giro, que será ajustado posteriormente para refletir a posição da data do fechamento.
“Esta operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando a geração de valor para os nossos acionistas”, afirmou a estatal em fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Acerto em janeiro
A transferência de Pasadena foi acertada em janeiro, mas por um valor maior. Na época, o negócio foi estimado em US$ 562 milhões.
“Esta operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando a geração de valor para os nossos acionistas.”, informou a Petrobras em comunicado.
Novo negócio da Chevron
A refinaria de Pasadena é a segunda da Chevron na costa do golfo dos Estados Unidos, destacou a agência Reuters.
A Chevron queria a refinaria para processar petróleo bruto doce vindo de seus campos na Bacia Permian do Texas. A planta produz 112.229 barris de petróleo por dia
“Essa aquisição comprova a força dos nossos negócios na costa do golfo, permitindo que possamos fornecer mais do nosso mercado de varejo na região com produtos produzidos pela Chevron, e nos posiciona por uma melhor conectividade para os nossos ativos na bacia Permian”, disse Mark Nelson, vice-presidente executivo da Chevron para derivados e químicos.
Além da refinaria, a Chevron adquiriu a PRSI, subsidiária da Petrobras que opera a refinaria e a PRSI Trading, que vende em mercados de brutos e refinados. A PRSI também tem um tanque de armazenamento de 5,1 milhões de barris e 143 acres adicionais de terras ao longo do canal de navegação de Houston.
Lava-Jato
A refinaria de Pasadena foi comprada em 2006 sob o argumento de que a Petrobras precisava de um ponto de entrada no mercado americano de combustíveis.
A estatal pagou US$ 360 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão, na cotação atual) por metade da empresa, quase oito vezes mais do que os US$ 42 milhões (R$ 170 milhões) desembolsados um ano antes pela suíça Astra por 100% do capital.
Em razão de uma disputa judicial, a Petrobras acabou desembolsando, ao todo, US$ 1,2 bilhão (R$ 4,8 bilhões) para ficar com todas as ações.
O processo de compra da refinaria foi alvo da Operação Lava-Jato e é hoje investigada também pela Comissão de Valores Mobiliários, que avalia responsabilidades da gestão da empresa durante os governos petistas pelo prejuízo.
Em uma das ações, a área técnica da autarquia pede a condenação de ex-diretores e ex-conselheiros da estatal, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff, por terem faltado com o dever de diligência ao aprovar a compra da empresa.