Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2019
Uma operação desencadeada nesta quinta-feira (3) investiga vazamentos dos resultados das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) para beneficiar um fundo de investimento administrado pelo banco BTG Pactual. A operação, denominada Estrela Cadente, foi realizada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), com colaboração do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em apoio com a Justiça. O Copom é o órgão do Banco Central que define a taxa básica de juros (Selic) da economia.
De acordo com a investigação, os vazamentos aconteceram entre 2010 e 2012. O fundo de investimento do BTG Pactual recebia informações sigilosas sobre alterações na taxa de juros Selic e, com isso, conseguia obter lucros extraordinários, na casa de dezenas de milhões de reais. A PF e o Ministério Público investigam os crimes de prática de corrupção passiva, corrupção ativa, informação privilegiada, lavagem de dinheiro e ocultação de ativos.
O BTG Pactual disse, em nota, que o fundo do banco, chamado Fundo Bintang FIM, tinha um único cotista como pessoa física, “profissional do mercado financeiro que também era o gestor credenciado junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que nunca foi funcionário do BTG Pactual ou teve qualquer vínculo profissional com o banco ou qualquer de seus sócios”. O banco “exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tenho qualquer poder de gestão ou participação no mesmo”, complementa o texto divulgado pela instituição.
No site oficial, o Banco Central comunicou somente que não foi informado sobre o conteúdo da operação, que corre sob segredo de Justiça.