Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de março de 2021
Estiagem e pandemia de coronavírus contribuíram para a queda do PIB gaúcho
Foto: Marcello Casal Jr./Agência BrasilEm um ano afetado pela pandemia de coronavírus e pela estiagem, a economia do Rio Grande do Sul registrou queda de 7% em 2020. Ainda que o quarto trimestre tenha consolidado uma recuperação em relação aos três meses anteriores, o resultado anual do PIB (Produto Interno Bruto) somou R$ 473,4 bilhões (6,4% do PIB nacional) e foi fortemente afetado pelo desempenho negativo da agropecuária, que caiu 29,6% no ano.
O resultado do Estado – a maior queda da série histórica – foi pior do que o registrado no País, que encerrou 2020 com retração de 4,1% no PIB. Quando considerado apenas o quarto trimestre de 2020, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, o PIB gaúcho apresentou alta de 2,7%, com destaque para Indústria (1,8%) e Serviços (1,6%). Ante igual período de 2019, a variação ficou negativa em 2,1%.
Os resultados foram divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão.
De acordo com os pesquisadores, os números podem ser explicados pelo desempenho da economia no primeiro semestre. Além da safra – que sofreu os efeitos da estiagem – ter mais peso no período, esse também foi o momento em que a pandemia teve maiores repercussões econômicas em função das restrições, que foram mais acentuadas no segundo trimestre do ano.Em 2020, além da queda expressiva na Agropecuária, entre os três grandes segmentos da economia a Indústria (-5,8%) e os Serviços (-4,8%) também registraram baixas.
No campo, a estiagem foi a causa para a queda na produção das principais culturas, entre elas Soja (-38,9%), Milho (-26,7%) e Fumo (-22,7%). Como destaque positivo, a cultura do Arroz, que conta com irrigação, teve alta de 8,3% na produção.
Na Indústria, todas as atividades registraram desempenho negativo em 2020, entre elas Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana (-13,7%), Construção (-8,1%) e Indústria de Transformação (-3,9%). Esta última, a de maior representatividade na economia do Estado, foi a única a registrar queda menor do que a do País no mesmo período (-3,9% contra -4,3% do Brasil).
Entre as atividades industriais, as principais quedas foram nos setores de Couros e Calçados (-21,9%), Veículos, Reboques e Carrocerias (-21,9%) e de Móveis (-10%). Produtos do Fumo (8,9%), Produtos de Metal (8,8%) e Celulose e Papel (5,3%) registraram desempenho positivo.
No setor de Serviços, o Comércio (-5,4%) e Outros Serviços (-12%) puxaram a queda. Considerando apenas as atividades comerciais, 2020 terminou com resultado positivo para o segmento de Material de Construção (8,4%), Hipermercados e Supermercados (5,9%) e Artigos Farmacêuticos, de Perfumaria e Cosméticos (4%). As principais baixas no Comércio ocorreram em Tecidos, Vestuário e Calçados (-28,8%), Veículos Automotores (-20,2%) e Combustíveis (-9,4%).