Quinta-feira, 31 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2022
O brasileiro israelense Simcha Neumark, de 33 anos, foi o primeiro paciente de covid-19 a receber a pílula da Pfizer contra a doença em Israel, o Paxlovid.
Neumark afirma que tomou cinco doses da vacina, mas como tem uma doença autoimune, seu corpo não desenvolveu anticorpos contra o vírus.
“Eu peguei (covid) aqui em Jerusalém. Eu me cuido muito, não sei como peguei. No sábado, fiquei com febre alta e dor de garganta”, disse ele em entrevista nesta quarta.
Em dado preliminar, Pfizer anuncia que comprimido experimental reduziu em 89% risco de hospitalizações e mortes pela covid.
O brasileiro afirmou que havia informações sobre a doença autoimune que o atinge no sistema de saúde de Israel, e que quando sua infecção por covid-19 foi notificada ele foi procurado para receber o medicamento da Pfizer.
“Chamaram-me e falaram que eu seria o primeiro, não tem muito teste, mas sim uma autorização de emergência, e para mim compensava pelo que eu sentia, febre e dor de garganta, eu tinha medo de parar no hospital”, afirma Neumark.
São seis pílulas por dia, sendo três pela manhã e três pela tarde. Segundo Neumark, os sintomas melhoraram depois de 15 horas.
Ele afirma que o remédio dá uma sensação de cansaço, mas que os sintomas da covid-19 desaparecem. “No meu caso clínico, em questão de 15 horas houve uma melhora muito grande. Eu estava com febre de 39.5ºC, que parou; uma dor de garganta forte, que parou, e as enxaquecas pararam. Eu sinto um cansaço, como se fosse uma (recuperação) pós-gripe”.
Ele conta que recebe chamadas do sistema de saúde duas vezes ao dia para ser monitorado, e que em 20 dias ele fará testes de PCR e, se derem negativo, ele estará liberado da quarentena.
Funcionamento
O Paxlovid é um antiviral experimental que bloqueia uma enzima que o coronavírus precisa para se replicar. O remédio faz parte de uma classe de medicamentos chamada de inibidores de protease, que revolucionaram o tratamento do HIV e da hepatite C.
O comprimido foi dado aos pacientes junto com uma dose baixa de outro antiviral, esse já conhecido: o ritonavir. Esse segundo remédio ajuda a desacelerar o metabolismo ou a quebra do Paxlovid, para que ele permaneça ativo no corpo por períodos mais longos em concentrações mais altas, para ajudar a combater o vírus.
O ritonavir é também é usado em combinação com o antiviral lopinavir para tratamento do HIV, em um medicamento conhecido como Kaletra. A combinação desses dois antivirais chegou a ser testada em ensaios clínicos da OMS contra o coronavírus, mas foi descartada.