Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2017
A delação premiada que abalou o governo do presidente Michel Temer aumentou o clima de incerteza vivido pelos brasileiros. Na economia, isso significa mais cautela para investir, contrair dívidas e fazer planos. Com a recuperação ainda frágil da atividade, alguns decidiram esperar antes de se endividar — seja na compra de um apartamento ou de móveis novos para casa. Quem apostava no mercado financeiro amargou perdas por causa dos dias turbulentos e ficou mais conservador. E, entre os que dependem do comportamento do câmbio para fazer negócio, houve quem precisasse suspender operações, à espera de dias mais calmos.
Para o educador financeiro Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro, a reação imediata aos acontecimentos da semana passada foi adotar uma atitude conservadora. Ele conta que, no dia em que o conteúdo da delação da JBS foi revelado, seu telefone não parou de tocar. E acredita que, passado o pânico no mercado financeiro, os planos de consumo devem ser mais comedidos daqui para frente.
“Até dezembro, o que acontecia era o seguinte: quem estava desempregado não sabia como ia estar o futuro e não consumia nada. E quem estava empregado, se comportava como desempregado, também consumindo o essencial, com pouquíssimo luxo. Aos poucos, as pessoas estavam voltando a buscar produtos imobiliários, trocar de carro. O que aconteceu depois daquele dia? Vejo todo mundo mudo”, avaliou.
A possibilidade de troca do governo coloca em risco algumas mudanças que eram esperadas pelo consumidor, como a queda de juros. Com a insegurança no mercado financeiro, já há quem espere que o corte da taxa básica seja mais moderado até o fim do ano, o que interfere no custo de financiamento.