Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 22 de março de 2020
Placido Domingo, cantor espanhol de 79 anos, foi diagnosticado com coronavírus. Ele publicou um comunicado em suas redes sociais, neste domingo (22).
“Sinto que é meu dever moral anunciar que testei positivo para o Covid-19, o vírus Corona. Minha família e eu estamos todos em auto-isolamento pelo tempo que for considerado clinicamente necessário”, disse ele.
“Atualmente, estamos todos com ‘boa saúde’, mas tive sintomas de febre e tosse, decidindo fazer o teste e o resultado é positivo. Peço a todos que sejam extremamente cuidadosos, sigam as diretrizes básicas lavando as mãos com frequência, mantendo pelo menos 2 metros de distância dos outros, fazendo tudo o que puder para impedir a propagação do vírus e, acima de tudo, fique em casa, se puder!”, completou o cantor.
“Juntos, podemos combater esse vírus e interromper a atual crise mundial, para que possamos retornar à nossa vida diária normal em breve. Siga as diretrizes de seu governo local para manter a segurança e proteger não apenas a si mesmos, mas a toda a nossa comunidade.”
Acusação de assédio
O tenor espanhol, acusado por várias mulheres nos últimos meses de assédio sexual, afirmou recentemente que lamenta o sofrimento causado e que assume “toda a responsabilidade” por seus atos.
“Quero que saibam que sinto muito pelo sofrimento que causei a vocês”, afirmou o artista, em um comunicado.
A declaração representa uma guinada na postura do tenor, que até agora havia negado com veemência as acusações.
O comunicado foi divulgado poucas horas antes de a Associação Americana de Artistas Musicais (AGMA) publicar as conclusões de sua própria investigação, anunciada em setembro do ano passado.
Nas conclusões, a AGMA aforma que Plácido Domingo teve um “comportamento inapropriado, do flerte até propostas sexuais, dentro e fora de seu local de trabalho”.
“Muitas testemunhas expressaram medo de represálias profissionais como razão para não falar antes”, indica a associação, antes de afirmar que seus administradores “aceitaram as conclusões do relatório e tomarão as ações correspondentes”, sem revelar detalhes sobre as medidas.
Domingo, que em sua longa e prolífica carreira atuou nas óperas mais prestigiosas do mundo e venceu 12 prêmios Grammy, foi acusado por pelo menos 20 mulheres de beijá-las à força, agarrá-las ou acariciá-las, em incidentes que aconteceram, em alguns casos, há 30 anos.
Várias mulheres afirmaram que sofreram pressão do cantor par que tivessem relações sexuais com ele e que, às vezes, adotava represálias profissionais quando suas insinuações eram rejeitadas.
O tenor assegura que passou meses “refletindo sobre as acusações que várias colegas apresentaram” contra ele e acrescenta: “Respeito que estas mulheres finalmente se sentiram à vontade para falar”.
O cantor também indica que está “comprometido com promover uma mudança positiva na indústria da ópera, para que ninguém mais tenha que passar por uma experiência assim”. Ele disse ter “o desejo fervoroso” de que o mundo da ópera seja mais “seguro” para todos e que seu exemplo “estimule outros”.
O comunicado foi publicado poucas horas depois de um júri em Nova York declarar o ex-produtor de cinema Harvey Weinstein culpado de agressão sexual e estupro.
As denúncias contra aquele que foi um dos homens mais poderosos de Hollywood provocaram o movimento contra o assédio e as agressões sexuais #MeToo, que se ampliou por todo o mundo e em vários âmbitos, da política à música.