Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2024
O empresário Abilio Diniz morreu no último domingo (18), em São Paulo, aos 87 anos. Ele foi vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Abilio estava internado há cerca de um mês no Hospital Albert Einstein com pneumonia e esteve na UTI durante todo este período.
De acordo com o Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica, a pneumonite é uma inflamação pulmonar grave causada principalmente por bactérias, fungos e outros agentes ambientais, como por exposição a substâncias químicas irritantes, como vapores de produtos químicos, poeiras ou fumaças, além de certas doenças autoimunes, como lúpus ou artrite reumatoide. A condição também pode ser causada por medicamentos.
Causas
Tecnicamente, a pneumonia é um tipo de pneumonite porque a infecção causa inflamação dos pulmões. Entretanto, a Mayo Clinic explica que a pneumonite geralmente se refere a causas não infecciosas de inflamação pulmonar.
Os principais sintomas da condição são:
* Tosse persistente;
* dificuldade para respirar;
* fraqueza;
* falta de ar;
* fadiga;
* perda de apetite;
* perda de peso não intencional.
Diagnóstico
O diagnóstico envolve exames como radiografia, tomografia computadorizada e testes laboratoriais. O tratamento da pneumonite varia de acordo com os sintomas e a causa, mas pode envolver o uso de antibióticos ou de corticosteroides orais. Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de oxigênio e/ou ventilação mecânica.
No entanto, a pneumonite que passa despercebida ou não tratada pode causar danos pulmonares irreversíveis. A inflamação crônica do tecido fino que reveste cada saco aéreo causa cicatrizes e torna os sacos menos flexíveis. Eles ficam rígidos como uma esponja seca. Isso é chamado de fibrose pulmonar. Em casos graves, a fibrose pulmonar pode causar insuficiência cardíaca direita, insuficiência respiratória e morte.
Vida
Abilio Diniz tinha seis filhos, quatro deles do primeiro casamento e os dois mais novos com a atual esposa. Em agosto de 2022, perdeu o filho João Paulo Diniz, morto após um infarto aos 58 anos.
Foi durante quase seis décadas presidente e controlador do grupo Pão de Açúcar, fundado por seu pai. Depois de uma feroz disputa judiciária com seu sócio francês, o Casino, vendeu em 2013 sua participação na empresa, mas não deixou o varejo de supermercado.
Tornou-se sócio do Carrefour (ocupava a vice-presidência do conselho de administração do Carrefour Brasil e integrava o board do Carrefour mundial, onde era um dos maiores acionistas).
A Península, a empresa de participações da família Diniz, é atualmente o segundo maior acionista do Carrefour global. Detém 8,4% de participação e 13,73% do capital votante – à sua frente, somente a família Moulin. Abilio era o presidente do conselho da Península.
Em 11 de dezembro de 1989, Diniz foi vítima de um sequestro em São Paulo que durou seis dias. Seus sequestradores, procedentes de vários países sul-americanos, foram presos.
Diniz manteve o esporte quase com a mesma obsessão que os negócios. Ele mesmo admitiu, várias vezes, que adorava competir, mas odiava perder. Chegou a atuar profissionalmente em modalidades como automobilismo, polo e motonáutica — sendo inclusive premiado. O empresário se notabilizou também por manter — e divulgar a seus admiradores — sua rígida rotina de exercícios físicos e de alimentação saudável.
Há alguns anos revelou sua agenda esportiva durante semana: jogava squash duas vezes, treinava boxe, corria na esteira, fazia bicicleta e, quando estava machucado, nadava. Também fazia fortalecimento muscular das pernas e braços. A piscina e a academia, dizia, eram uma espécie de válvula de escape para o stress cotidiano.
Em sua última postagem em redes sociais, em 17 de janeiro passado, revelou uma frustração: não poderia esquiar nestas férias. Em vídeo gravado em meio a uma paisagem repleta de neve, ele revelou que estava se recuperando de duas cirurgias no joelho. Mas garantiu que esperava em breve poder voltar a praticar um dos seus esportes preferidos com a família.