Sexta-feira, 03 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2021
A PC-PR (Polícia Civil do Estado do Paraná) identificou o homem que enviou, na sexta-feira da semana passada, a primeira ameaça de morte aos cinco diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) diante da possibilidade de aprovação de vacina contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A corporação não revelou a identidade do autor, mas segundo informações do jornal O Globo, ele é um empresário, morador de Curitiba e tem 49 anos.
Segundo a polícia, ele foi intimado e compareceu para prestar depoimento na última quinta-feira. O homem não foi preso. Às autoridades, relatou estar arrependido de ter ameaçado, por e-mail, a equipe da Anvisa e também os secretários de Educação e de Saúde do Estado do Paraná. A corporação não deu detalhes da investigação, que segue em andamento.
As intimidações exigiam que o pedido de uso da vacina contra a covid-19 em crianças, a ser feito pela Pfizer, não seja aprovado. “Além dos diretores, também constam como alvos da citada ameaça de morte instituições escolares do estado do Paraná”, informou a agência.
O e-mail foi enviado a cada um dos cinco diretores da Anvisa, a endereços gerais de diretorias da agência, e também a instituições escolares do Paraná. No assunto: “Homeschooling x ‘Vacinas’ para infantes – notificação de estabelecimento”.
“Aproveito o ensejo para notificá-las, também ao sr. secretário da Educação e ao sr. secretário de Saúde do Paraná, e ao corpo de diretores da Anvisa que, em havendo aprovação da Anvisa para vacinação experimental em crianças de 5 a 11 anos, meu filho será imediatamente extraído da escola e não retornará ao ambiente escolar”, escreveu.
Na mensagem, enviada às 8h39, o homem diz que colocará seu filho em “homeschooling” (“educação domiciliar”). Ele classifica os imunizantes como experimentais, o que é falacioso. Todas as vacinas contra a covid-19 aplicadas no País já apresentaram resultados de eficácia e segurança em testes clínicos de fase 3.
“Por identificar uma ameaça contra a saúde e integridade física do meu filho nestas ‘vacinas’ experimentais, sejam o que forem, estou tomando a difícil atitude de retirá-lo do ambiente escolar para preservar a segurança do meu filho”, afirmou o autor do e-mail.
“Deixando bem claro para os responsáveis, de cima para baixo: quem ameaçar contra a segurança física do meu filho: será morto.”
A Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal (PFDF) instaurou inquérito para investigar a ameaça de morte pela Anvisa. A agência solicitou segurança à PF para os alvos das intimidações.
Na quinta-feira da semana passada, um dia antes de a ameaça ser divulgada, a Pfizer divulgou que pediria autorização de uso do imunizante para a faixa etária em novembro. A data ainda não foi definida. A solicitação segue o exemplo da que fez ao Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos.
Essa ameaça virtual foi endereçada ao diretor-presidente da Anvisa, almirante Antonio Barra Torres, e aos diretores Meiruze Sousa Freitas, Cristiane Rose Jourdan Gomes, Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos.
“Diante da gravidade do fato, a Anvisa informa que oficiou imediatamente às autoridades policiais e o Ministério Público, nos âmbitos Federal, Estadual e Distrital, entre outras, para adoção das medidas cabíveis”, diz nota da agência. As informações são dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e da Anvisa.