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Política Polícia Federal apreende celular de Mauro Cid em investigação sobre tentativa de obter passaporte que facilitaria sua saída do País

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O tenente-coronel Mauro Cid negou que tivesse qualquer intenção de fugir do País. (Foto: Ton Molina/STF)

A Polícia Federal apreendeu nessa sexta-feira (13) um celular do tenente-coronel Mauro Cid durante os mandados de busca e apreensão cumpridos na residência dele na área militar, em Brasília. Os agentes ficaram no local até as 10h50min. Por volta do mesmo horário, Cid deixou a sua casa junto com os advogados e foi à sede da Polícia Federal (PF) prestar depoimento.

Cid foi ouvido sobre dois fatos novos que surgiram nesta semana. Um deles é a suposta movimentação do ex-ministro do Turismo Gilson Machado para conseguir um passaporte português no nome do militar. Machado foi preso na manhã dessa sexta-feira por suspeita de tentar obter o documento junto ao consulado de Portugal, em Recife, onde ele reside.

A outra questão trata das mensagens atribuídas a Cid publicadas pela revista Veja nesta quinta-feira. Nas mensagens, um perfil chamado “@gabrielar702” critica os delegados da Polícia Federal e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pela condução do inquérito sobre a trama golpista. A defesa de Cid diz que o perfil é falso.

Em depoimento prestado à PF nessa sexta-feira, o tenente-coronel Mauro Cid negou que tivesse qualquer intenção de fugir do País ou conhecimento sobre um eventual pedido de passaporte português em seu nome. Segundo a defesa do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele também afirmou que mensagens atribuídas a ele não são de sua autoria.

O depoimento de Cid foi prestado após uma operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que incluiu busca e apreensão em sua residência e a apreensão de seu celular. A medida, inicialmente prevista para ser uma prisão preventiva, foi revertida durante a madrugada por Moraes, que optou por ouvir Cid antes de avaliar novas providências.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia solicitado a prisão de Cid ao STF com base em informações da Polícia Federal, que apontaram a saída de quatro familiares dele rumo aos Estados Unidos. Segundo a PGR, o movimento reforçaria indícios de que Cid e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado buscavam viabilizar sua fuga do país. Machado foi preso na manhã dessa sexta-feira, após a PF apurar que ele teria procurado o Consulado de Portugal em Recife para obter um passaporte europeu para Cid.

Em depoimento, o tenente-coronel afirmou que não tem contato com Machado desde o fim do governo Bolsonaro.

A suspeita, conforme relatado pela PGR, é de que a iniciativa visava facilitar a saída de Cid do Brasil e, assim, obstruir o andamento da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado — processo em que Cid é réu, ao lado de Jair Bolsonaro e outras autoridades.

O depoimento na sede da PF durou mais de 3 horas. Cid também foi ouvido sobre mensagens publicadas pela Revista Veja. De acordo com a publicação, o tenente-coronel usou um perfil no Instagram para se comunicar com um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o conteúdo de sua delação premiada. Quando foi ouvido no STF, Cid negou que tenha usado o perfil citado.

A PF quer saber se Machado atuou para facilitar uma possível saída de Cid do país. Ao jornal O Globo, o ex-ministro admitiu ter procurado o Consulado de Portugal em Recife, em maio deste ano, por telefone, mas alegou que sua intenção era tratar de uma questão familiar. A medida foi interpretada pela PF como uma possível tentativa de atrapalhar o andamento da ação penal da trama golpista, já que Cid é um dos réus. A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com a investigação sobre o caso.

A PF reuniu indícios de que Gilson procurou o consulado em Recife, onde mora, para conseguir o passaporte de Cid, mas não teve sucesso. Há a suspeita, contudo, de que ele poderia procurar outras embaixadas ou consulados com o mesmo objetivo, para que o tenente-coronel deixe o país. A PF também ressaltou que em janeiro de 2023, antes de ser preso pela primeira vez, procurou um serviço de assessoria para a obtenção da cidadania portuguesa.

Procurado na quarta-feira, Machado negou que tenha procurado o consulado em busca de um benefício para Cid.

“Estou surpreso. Nunca fui atrás de nada a respeito de Mauro Cid. Tratei do passaporte para o meu pai”, afirmou o ex-ministro

A PGR afirma que a atitude pode configurar obstrução de investigação da trama golpista e de outras apurações em curso, além de favorecimento pessoal. A PGR considera, no entanto, que é necessário aprofundar a apuração. De acordo com a Procuradoria, as informações reunidas pela PF apontam “elementos sugestivos” de uma ação de Machado para “obstruir a instrução da Ação Penal n. 2.688/DF e das demais investigações que seguem em curso, possivelmente para viabilizar a evasão do país do réu MAURO CESAR BARBOSA CID, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual.” As informações são do jornal O Globo.

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https://www.osul.com.br/policia-federal-apreende-celular-de-mauro-cid-em-investigacao-sobre-tentativa-de-obter-passaporte-que-facilitaria-sua-saida-do-pais/ Polícia Federal apreende celular de Mauro Cid em investigação sobre tentativa de obter passaporte que facilitaria sua saída do País 2025-06-13
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