Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de junho de 2015
A PF (Polícia Federal) cumpriu nesta quinta-feira (25) mandado no apartamento do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), localizado no bairro da Serra, em Belo Horizonte.
As buscas, realizadas no âmbito da Operação Acrônimo, foram autorizadas pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Por volta das 7h30min, foram flagrados dois automóveis da PF estacionados em frente ao imóvel de Pimentel.
Outro locais onde os agentes cumpriram mandado foi um escritório no bairro Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, que foi usado como comitê de campanha de Pimentel, no ano passado. Policiais que estiveram no local disseram que o estabelecimento parecia inoperante, mas existiam materiais que não foram especificados.
Cinco agentes e uma delegada foram a este prédio. Além deles, estiveram presentes no escritório um advogado, que não respondeu a quem defendia, e o subsecretário de comunicação social do governo de Minas Gerais, Ronald de Freitas. Ambos saíram sem falar com a imprensa.
A investigação corre sob sigilo porque envolve suspeitas de irregularidades na campanha do governador de Minas Gerais. O inquérito apura lavagem de dinheiro e a origem de aproximadamente 100 mil reais encontrados em um jatinho no aeroporto de Brasília no ano passado. A aeronave transportava Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha de Pimentel. Acredita-se que os recursos desviados alimentavam campanhas eleitorais.
No total, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em três Estados e no Distrito Federal. Dez mandados foram expedidos para a capital federal, seis para Belo Horizonte, e os outros três para Uberlândia (MG), Rio de Janeiro e São Paulo.
Nota
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do governo de Minas Gerais afirmou que “a operação de busca e apreensão pretendida contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, (…) no seu antigo escritório particular, em Belo Horizonte, é a extensão da arbitrariedade cometida anteriormente, quando os policiais estiveram no apartamento de sua esposa, em Brasília”. As ações da PF foram classificadas como abusivas.
Ainda de acordo com a assessoria, as investigações se “baseiam em deduções fantasiosas” e estão contaminadas por “irregularidades”. “Os pedidos para a realização de busca e apreensão nas sedes do governo de Minas Gerais, nas residências oficial e particular do governador, e ainda em relação a sua esposa, Carolina de Oliveira, foram negados pelo ministro Herman Benjamin, do STJ”, justificou o documento, para relatar as chamadas irregularidades.
Por fim, a nota citou: “o governador e sua esposa reafirmam sua confiança na Justiça e colocam-se, como sempre estiveram, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento”.
Primeira fase
Em 29 de maio de 2015, quando deu início a operação Acrônimo, a PF apreendeu documentos em um apartamento em Brasília da primeira-dama Carolina.
No dia seguinte, Pimentel fez um pronunciamento durante o qual declarou que o envolvimento da mulher na investigação se tratava de um equívoco. “Ocorre, o mandado de busca e apreensão foi expedido com base em uma alegação, em uma definição inverídica, absolutamente inverídica”, disse, à ocasião.
Em 1º de junho, o advogado de Carolina, Pierpaolo Bottini, disse ter entregue ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, em Brasília, documentos que, segundo ele, comprovam a inocência da primeira-dama mineira. O material mostra datas de abertura e fechamento de empresa que seria de Carolina.
Bené foi preso no fim do mês de maio e depois liberado. Na ocasião, foram presas outras três pessoas, entre elas Marcier Trombiere Moreira, servidor de carreira do Banco do Brasil que trabalhou na campanha de Pimentel no ano passado. (AG)