Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2023
Equipes da Polícia Federal cumpriram nesta sexta-feira (27) a terceira fase da operação Lesa Pátria – relacionada aos envolvidos nos atos extremistas do 8 de janeiro. Segundo a PF, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão em cinco estados (Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo) e no Distrito Federal.
Os fatos investigados, conforme a corporação, “constituem, em tese, os crimes de” abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; associação criminosa; incitação ao crime; destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, divulgou os números da operação em uma rede social.
“Hoje estão sendo cumpridos, pela Polícia Federal, mais 11 mandados de prisões preventivas e 27 de busca e apreensão contra golpistas e terroristas. A autoridade da lei é maior do que os extremistas”, escreveu.
Entre os alvos da operação, estava o primo dos filhos de Jair Bolsonaro e sobrinho do ex-presidente, conhecido como Léo Índio. Ele foi candidato a deputado distrital pelo PL nas eleições de 2022, mas não se elegeu. Ele obteve 1.801 votos e ficou na 167ª posição pelo cargo. Em seu nome de urna, ele adotou o sobrenome da família do ex-presidente e se identificou como “Léo Índio Bolsonaro”. Ele tem proximidade com os filhos do ex-presidente, especialmente com o vereador Carlos Bolsonaro.
Índio foi ao ato do dia 8 de janeiro, em Brasília, e participou da invasão aos prédios dos Três Poderes. Ele postou fotos e vídeos no meio da invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma das imagens, Índio aparece em cima do prédio do Congresso Nacional, com os olhos vermelhos — possivelmente uma reação às bombas de gás lacrimogêneo.
Mais prisões
Em Santa Catarina, foi presa Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza. Ela foi flagrada em vídeos depredando os prédios públicos e, antes, já tinha sido presa por tráfico. No Paraná, foi preso o empresário Claudio Mazzia. Já em Minas Gerais foram presos Eduardo Antunes Barcelos, da cidade de Cataguases, e Marcelo Eberle Motta, de Juiz de Fora.
No Distrito Federal, foi preso o policial federal aposentado José Fernando Honorato de Azevedo. Nas eleições de 2018, ele concorreu a uma vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal pelo PRP.
Operação
No dia 8 de janeiro, um grupo de extremistas invadiu e depredou os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Desde então, houve vários desdobramentos, como a prisão de vários desses terroristas; a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal; a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres; o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB); e
a identificação de militares envolvidos nos atos.
A primeira fase da operação Lesa Pátria foi deflagrada no último dia 20, com oito mandados de prisão e 16 buscas e apreensões. Um dos alvos no Rio fugiu pela janela e, até a última atualização, seguia foragido.
Na segunda fase, a Polícia Federal em Goiás prendeu Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos – filmado ao derrubar e destruir o relógio do século 17 feito pelo francês Balthazar Martinot, no Palácio do Planalto.
Novas denúncias
Na quinta (26), a Polícia Federal também informou que a operação Lesa Pátria se torna permanente. Novas fases devem ser deflagradas conforme as investigações avancem.
A PF informou que, com isso, haverá “atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas”.
A corporação pede que informações sobre as pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos de 8 de janeiro sejam encaminhadas por email.