Segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de março de 2018
A PF (Polícia Federal) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (23), três mandados de busca e apreensão da 50ª fase da Lava-Jato, batizada de Operação Sothis II. A ação ocorreu em Salvador, na Bahia, e em Campinas e Paulínia, no interior de São Paulo.
De acordo com a PF, essa operação está relacionada às investigações da 47ª fase da Lava-Jato, que apura o pagamento de propina a agentes públicos e atos de lavagem subsequentes em contratos da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras.
O alvo de busca e apreensão em Salvador foi Ana Zilma Fonseca de Jesus – esposa do ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus, preso na 47ª fase da Lava-Jato. Em Paulínia, os policiais cumpriram a ordem judicial na Meta Manutenção. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), um dos focos da atual investigação é a empresa do ramo de engenharia Meta Manutenção e Instalações Industriais Ltda., suspeita de pagar mais de R$ 2,3 milhões em propina para o ex-gerente da Transpetro.
47ª fase
Batizada de Sothis, a 47ª fase da Lava-Jato foi deflagrada no dia 21 de novembro de 2017. O ex-gerente da Transpetro foi o único preso. Ele continua na cadeia. À época, também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva em Sergipe, São Paulo, Bahia e Santa Catarina.
José Antônio de Jesus e seus familiares são suspeitos de negociar o recebimento de R$ 7 milhões em propinas pagas pela empresa de engenharia NM em troca de ser favorecida em contratos com a subsidiária da Petrobras.
O valor, segundo o MPF (Ministério Público Federal), foi pago mensalmente em benefício do PT e recebido entre setembro de 2009 e março de 2014. O nome da operação, segundo a PF, é uma referência a uma das empresas investigadas, chamada Sirius. “A estrela Sirius era chamada pelos egípcios de Sothis”, explicou à época.
PSDB
O engenheiro Paulo Vieira de Souza, apontado como operador de propinas do PSDB em São Paulo, foi denunciado na quinta-feira (22) pelo MPF sob suspeita dos crimes de peculato, corrupção e organização criminosa. Essa é a primeira denúncia apresentada pela força-tarefa da Operação Lava-Jato em São Paulo, criada em julho do ano passado.
Diferentemente do que tem sido recorrente nas operações da Lava-Jato no Paraná e no Rio de Janeiro, no entanto, não houve pedidos de medidas cautelares, como prisões preventivas e provisórias. Paulo Preto, como Vieira é conhecido, teria desviado verbas públicas vinculadas ao programa de reassentamento da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), segundo os procuradores.
Ele comandava o órgão na gestão do tucano José Serra (2007-2010). O dinheiro desviado, que chega a 10 milhões de reais corrigidos, deveria ser destinado aos moradores dos locais em que seriam feitas obras do trecho sul do Rodoanel, obra viária que circunda a capital paulista. De acordo com a denúncia, Paulo Preto fraudou cadastros de moradores com ajuda pessoas que trabalhavam para a Dersa.