Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2024
Dois ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foram intimados pela Polícia Federal a depor: Tercio Arnaud e Marcelo Câmara. A previsão é a de que ambos deponham nesta quinta-feira (22).
Ambos os ex-assessores são investigados por participação em um plano cujo objetivo era dar um golpe de Estado no Brasil e invalidar a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
Tércio Arnaud é considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”. Ele teve o celular apreendido em uma operação deflagrada pela PF em 8 de fevereiro. A operação mirou Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele e tem como base uma investigação sobre o suposto plano de golpe de Estado.
Já Câmara —que é coronel do Exército— foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a operação.
Segundo as investigações, Câmara coletava informações que “pudessem auxiliar a tomada de decisões do então Presidente da República Jair Bolsonaro na consumação do Golpe de Estado”.
O militar também é suspeito de participar do “monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de Golpe de Estado”.
Eduardo kuntz, advogado de defesa de Arnaud e de Câmara, disse não ter recebido as cópias dos autos e que, por isso, o depoimento está prejudicado.
A Polícia Federal (PF) já havia intimado Bolsonaro a prestar depoimento nesta quinta-feira (22). Os advogados de Bolsonaro informaram que ele não iria prestar depoimento nesta quinta caso não tivesse acesso ao conteúdo de celulares apreendidos em investigações contra ele e aliados.
“O peticionário (Bolsonaro) opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno”, escreveram os advogados.
Posteriormente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve o depoimento de Bolsonaro marcado para esta quinta-feira. Moraes deu acesso à defesa de Bolsonaro aos autos da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, com exceção das diligências em andamento e da delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid.
“Informe-se a Polícia Federal que inexiste qualquer óbice para a manutenção da data agendada para o interrogatório, uma vez que aos advogados do investigado foi deferido integral acesso aos autos”, escreveu o ministro. Moraes ainda afirmou que não compete a Bolsonaro “escolher a data e horário de seu interrogatório”.
A Polícia Federal também intimou outros dez investigados a prestarem depoimento em Brasília (DF), nesta quinta-feira às 14h30min. Eles serão ouvidos, simultaneamente, na investigação que apura a tentativa de um golpe de Estado.
Entre os intimados para prestar depoimento na capital federal estão Valdemar Costa Neto (presidente do PL), e ex-ocupantes de cargos de comando no governo passado, como Anderson Torres (Ministro da Justiça), Augusto Heleno (Chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (Ministro da Defesa), Mário Fernandes (Chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República), Walter Braga Netto (Ministro Chefe da Casa Civil e candidato a vice-presidente da República), Almir Garnier (comandante da Marinha) e Cleverson Ney Magalhães, (coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres).
A maioria deles participou da reunião realizada em 5 de julho de 2022, por Bolsonaro, que, segundo a PF, “nitidamente, revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo”. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal O Globo.