Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2017
A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (18), a Operação Havana, que investiga uma organização criminosa que atuou no Ministério do Esporte desviando recursos do programa Bolsa Atleta.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e seis de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para depor – em Brasília. As determinações judiciais foram expedidas 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal.
Segundo a PF, durante o ano de 2012, o grupo conseguiu criar 25 atletas fantasmas, “inclusive de alto rendimento e nível olímpico”. A fraude teria movimentado R$ 810 mil à época, que ultrapassam R$ 1 milhão em valores atuais.
Houve buscas no bar Versão Brasileira, na 204 Sul. Por volta das 8h45min, os agentes da PF deixaram o local sem levar nada. A suspeita é de que o dinheiro desviado tenha servido para abrir o espaço.
A operação foi batizada de Havana porque o homem apontado como líder e outros membros do grupo são brasileiros nascidos em Cuba. A polícia não informou o nome dos investigados nem o cargo deles, mas afirmou que não há indícios de participação de mais pessoas na fraude além dos seis investigados.
Questionada, a PF também não explicou como funcionava a inserção das informações falsas no sistema. A corporação disse apenas que o desvio do dinheiro era articulado por um servidor terceirizado do ministério. Envolvia pessoas de dentro do setor de pagamentos, com acesso para fraudar e manipular os dados.
Bolsa Atleta
Criado em 2005, o Bolsa Atleta é um programa do governo federal que financia atletas para que se dediquem ao esporte. Os auxílios variam de R$ 370 a R$ 15 mil mensais e são pagos por meio da Caixa Econômica Federal. O orçamento para o programa neste ano é de R$ 125,79 milhões.
As inscrições para a nova chamada do programa Bolsa Atleta prosseguem até 22 de agosto. O programa escolherá atletas de cinco categorias para receberem bolsas de R$ 370 a R$ 3,1 mil. O critério será o desempenho em competições esportivas no ano de 2016 para modalidades olímpicas e paralímpicas. Cada contemplado vai receber valor correspondente a 12 parcelas da bolsa definida para a categoria a qual pertence.
Podem concorrer atletas que tenham obtido bons resultados em competições nacionais e internacionais de suas modalidades e que estejam vinculados a uma entidade de prática desportiva. Esportistas da categoria estudantil devem estar regularmente matriculados em instituição de ensino, pública ou privada.
De acordo com o governo federal, o Bolsa Atleta é considerado o maior programa de patrocínio esportivo individual e direto do mundo e tem contribuído para a formação de atletas que representem o País em competições de nível nacional e internacional.