Segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2018
Um relatório da PF (Polícia Federal) enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) aponta que os peritos não conseguiram acessar as informações dos celulares do ministro Blairo Maggi (Agricultura) e do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), apreendidos em operações da corporação.
No caso de Lúcio, o relatório foi incluído no inquérito que apura a sua participação e a de seu irmão, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), no caso do “bunker” supostamente utilizado para esconder dinheiro de propina. Em uma operação, a PF encontrou R$ 51 milhões escondidos em caixas e malas em um apartamento de Salvador (BA).
Conforme o documento, assinado pelo perito Fabio Sicoli, o aparelho, modelo iPhone 7, estava bloqueado com um código numérico. As ferramentas forenses atualmente disponíveis para a PF somente desbloqueiam dispositivos com a versão 7 do iOS, sistema operacional do aparelho. Essa versão foi disponibilizada para os celulares deste modelo em 2013.
Ainda segundo o relatório, a versão do sistema operacional do celular de Lúcio Vieira Lima é a iOS 10.2.1, “o que impossibilita, à época dos exames, o acesso ao conteúdo do aparelho sem que haja o fornecimento deste código de usuário”. Ao informar a impossibilidade de acessar as informações do aparelho, o perito indica que, atualmente, somente laboratórios no exterior podem realizar a análise.
“A Cellebrite, fabricante de equipamentos para extração forense de dados de telefones celulares e tablets, oferece um serviço que pode ser contratado para desbloqueio de iPhones e iPads com versões mais recentes do iOS. Esse serviço é executado em laboratórios certificados pela empresa e necessita que o aparelho bloqueado seja encaminhado para eles. Atualmente, existem laboratórios em Nova Jersey (Estados Unidos), Ottawa (Canadá), Munique (Alemanha) e em Israel”, detalha o texto.
Maggi
A PF cogita que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, tenha apagado remotamente mensagens de um celular que foi apreendido. O aparelho foi recolhido em setembro, durante a Operação Malebolge, que cumpriu mandados de busca e apreensão também no apartamento de Maggi. Ele nega que tenha excluído conteúdos.
Maggi, que é ex-governador de Mato Grosso, foi citado na delação do também ex-governador Silval Barbosa (PMDB), cujs delações serviram de base para a ação. Ele relatou que os deputados estaduais recebiam uma “mesada” para votar projetos de interesse do Executivo.
Conforme o relatório da PF, o celular continuou recebendo mensagens no decorrer do dia da operação, 14 de setembro. A perícia recuperou um grupo, que havia sido deletado, cuja última mensagem foi recebida às 19h39min daquele dia, mas o conteúdo das mensagens não foi recuperado. Em parecer enviado ao ministro-relator Luiz Fux, do STF, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu novas perícias nos aparelhos.