Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2016
A Polícia Federal prendeu neste domingo (6), de forma preventiva, pelo menos 11 pessoas que faziam a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) com ponto eletrônico, que permite fraude da prova. O número de presos é resultado de duas operações da PF que continuam em andamento e podem gerar mais prisões.
Foram deflagradas a Operação Embuste, para desarticular organização criminosa especializada em fraudar processo seletivo para ingresso no ensino superior em Minas Gerais, e a Operação Jogo Limpo, que também busca reprimir fraudes, nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Tocantins, Amapá e Pará. Neste caso, a Polícia Federal acredita que o grupo pode ter fraudado edição anterior do Enem.
De acordo com a Polícia Federal, a modalidade mais comum de fraude em provas é o “piloto”. Uma vaga em uma faculdade pode custar, nesses esquemas, de R$ 40 mil a R$ 200 mil. Nesse modelo, a fraude pode ocorrer de duas formas: o “piloto” se passa pelo inscrito na prova e preenche os resultados ou o “piloto”, geralmente especializado no tema, faz a prova, transmite a resposta a uma central, que repassa ao aluno.
Se as fraudes forem confirmadas, a perspectiva é de pena máxima de até 20 anos, dependendo da participação dentro do grupo, segundo a Polícia Federal. Os presos poderão responder pelos crimes contra a fé pública, o patrimônio e a paz pública.
O delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni relatou que, em uma das prisões deste domingo, a escuta encontrada era tão pequena que precisou ser retirada do ouvido do inscrito com uma pinça.
“O desafio de combater efetivamente uma fraude num certame desta magnitude não é coisa fácil”, disse.
‘EMBUSTE’
A operação “Embuste” cumpriu simultaneamente 28 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal de Montes Claros –15 de busca e apreensão, cinco de sequestro de bens, quatro prisões temporárias e quatro conduções coercitivas.
Os alvos da operação são suspeitos de vender vagas especialmente para o curso de medicina. A polícia afirma que identificou repasse de gabaritos via celular para candidatos em diversas partes do país.
Os suspeitos já teriam fraudado ao menos dois processos seletivos em 2016: um vestibular em Mineiros (GO), nos dias 15 e 16 de outubro, e um vestibular de medicina em Vitória da Conquista (BA), nos dias 22 e 23 de outubro, dia PF.
‘JOGO LIMPO’
Também neste domingo a PF deflagrou a operação “Jogo Limpo”, que cumpre 22 mandados de busca e apreensão nos Estados de Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Tocantins, Amapá e Pará.
A partir de gabaritos apresentados em anos anteriores, a PF e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) identificaram 22 pessoas que teriam apresentado respostas suspeitas de fraude e que fariam a prova novamente em 2016. (Folhapress)