Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2015
A PF (Polícia Federal) quer ouvir a chefe de gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na investigação da Operação Lava-Jato que apura a sua relação com dois requerimentos que teriam sido usados para achacar empresas fornecedoras da Petrobras. O depoimento de Denise Santos está marcado para o dia 24 de agosto. A PF já enviou um ofício à Câmara intimando a chefe de gabinete. A presidência da Casa disse que não comentaria o assunto.
A suposta ligação de Cunha com esses papéis é um dos principais elementos apontados pela Procuradoria-Geral da República para incluir o peemedebista entre os políticos suspeitos de participação no esquema de corrupção na estatal. Os requerimentos foram apresentados na Câmara em 2011 pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), correligionária de Cunha. Hoje prefeita de Rio Bonito, a ex-deputada já foi ouvida pela PF em abril. Ela disse que não se lembrava qual a motivação para assinar os dois requerimentos. Eles pediam às autoridades informações sobre contratos da Petrobras com a Mitsui.
Cunha negou participação na formulação dos requerimentos e disse que suspeitava de fraude no setor de informática, pois haveria discrepância entre a data do protocolo dos requerimentos e as datas registradas nos arquivos de computador.
Em maio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou “despropositada” a versão do presidente da Câmara dos Deputados em documento encaminhado por ele ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, em resposta a um recurso em que os advogados de Cunha pediam o trancamento do inquérito.
Denúncia
A Procuradoria-Geral deve apresentar até o final do mês denúncias contra políticos investigados na Operação Lava-Jato. Além de Cunha, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) deve estar na primeira leva de denunciados. Também são investigados por envolvimento no esquema da Petrobras o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR) e Edson Lobão (PMDB-MA). (Folhapress)