Por Redação O Sul | 5 de maio de 2025
Suspeito de liderar o grupo que planejava atentado a bomba durante o show da cantora Lady Gaga na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, um homem de 49 anos voltou a ser preso nesta segunda-feira (5) na cidade gaúcha de Novo Hamburgo (Vale do Sinos). Ele havia sido liberado mediante pagamento de fiança, após flagrante por porte ilegal de três armas-de-fogo no último sábado (3), mesmo dia do espetáculo na orla carioca.
A nova medida foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em caráter preventivo (sem duração pré-determinada), após o não comparecimento do investigado a uma audiência de custódia.
O indivíduo novamente preso em solo gaúcho é apontado pela Polícia Civil como um dos mentores do plano de ataque, articulado por meio de redes sociais e fóruns de discussão online. Investigações apontaram que o atentado seria cometido com o uso de coquetéis molotov e explosivos improvisados.
A prisão preventiva foi decretada pela juíza Fabiana Pagel, do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp) do TJRS. Ela destacou que, embora não tenha sido encontrado material explosivo com o suspeito, o fato de ele possuir armas e estar sendo investigado por terrorismo seria motivo mais que suficiente para que continuasse preso. “Neste caso, não cabem medidas alternativas por conta da gravidade dos indícios”, sublinhou.
Durante a operação também foi preso um adolescente de 17 anos, no Rio de Janeiro, por armazenamento de material relacionado a pornografia infantil. Ele seria o segundo líder do grupo, ainda de acordo com os responsáveis pela operação, denominada “Fake Monster” e encabeçada pela Polícia Civil fluminense.
A ofensiva cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em nove municípios de quatro Estados. Na lista estão o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso. Nos endereços percorridos pelos agentes, foram recolidos dispositivos eletrônicos e outros materiais suspeitos.
Um dos aspectos que chamaram a atenção dos investigadores foi o fato de o grupo extremista recrutar adolescentes e jovens mediante o compartilhamento de mensagens de conteúdos relacionados a ódio, automutilação e outras formas de violência. Também há vinculação a práticas de pedofilia.
Na cidade de Macaé, norte do Rio de Janeiro, um outro suspeito investigado foi alvo de mandado de busca. Informações obtidas pela Polícia Civil indicam que ele ameaçava matar um bebê ao vivo durante o show da cantora norte-americana, alegando que ela promove “rituais satânicos”.
Os atos extremistas foram impedidos após um alerta às autoridades por meio do serviço Disque-Denúncia. Dentre os objetivos do grupo – que inclui outros dois gaúchos – estava o de obter notoriedade nas redes sociais, além de atingir o público LGBTQIA+, com o qual Lady Gaga mantém ampla identificação.
Críticas à soltura
A soltura havia motivado críticas e questionamentos por parte de integrantes da Secretaria Estadual da Segurança Pública do Rio de Janeiro, onde o caso é investigado. De acordo com o titular da pasta, delegado Felipe Curi, o homem foi libertado graças a um brecha legal:
“Esse é um problema, infelizmente, da legislação de nosso País, e isso precisa ser corrigido, pois permite que criminosos de alta periculosidade entrem e saiam rápido da cadeia”. Curi defende a tese de que o crime seja enquadrado como terrorismo. (Com informações dos jornais O Globo e Folha de S.Paulo)
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