Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2025
O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta segunda-feira (16) em que diz que os gestores municipais brasileiros que viajaram para Israel ignoraram uma orientação do Itamaraty que recomenda evitar viagens para o país do Oriente Médio em razão de conflitos armados.
Além das guerras com o Hamas (que controla a Faixa de Gaza) e com o Hezbollah (no Líbano), Israel também vive um conflito com o Irã desde que o governo de Benjamin Netanyahu atacou instalações do país.
“A Embaixada do Brasil em Israel mantém, desde outubro de 2023, alerta consular que desaconselha toda viagem não essencial àquele país e recomenda, desde então, que os brasileiros e brasileiras que se encontravam em Israel considerassem deixar o país”, afirmou o Itamaraty em nota.
“Em junho corrente, duas comitivas de autoridades brasileiras viajaram a Israel a convite do governo israelense, a despeito do alerta consular da Embaixada do Brasil em Tel Aviv”, completou o Ministério das Relações Exteriores.
A nota do Itamaraty foi divulgada após a confirmação de que um grupo formado por 12 autoridades brasileiras deixou Israel em direção à Jordânia para que possam retornar ao país – o grupo embarcará em um voo fretado que sairá da Arábia Saudita.
Mais cedo, nesta segunda, o senador de oposição Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, criticou o que chamou de “ausência absoluta” do Itamaraty nas negociações para que as autoridades brasileiras deixassem a região em segurança.
Ele afirmou que foi o grupo que preside quem fez as negociações, versão rechaçada pela diplomacia brasileira.
Retirada de outras 27 autoridades
Conforme a nota divulgada pelo Itamaraty nesta segunda, a saída das 12 autoridades brasileiras foi resultado de “estreita coordenação” feita pelo ministro Mauro Vieira e o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi.
O ministério acrescentou que outras 27 autoridades brasileiras ainda estão em Israel, e que o governo israelense já apresentou uma proposta para que essas autoridades deixem o país por terra até a Jordânia “nos próximos dias”.
“A embaixada do Brasil em Tel Aviv insta todos os brasileiros e brasileiras em Israel a seguirem estritamente as recomendações do ‘Home Front Command’ israelense e a permanecerem sempre nas proximidades de abrigo fortificado (‘bunker’ ou equivalente), para onde devem se dirigir imediatamente ao ouvir sirenes ou outros alertas”, informou o governo.
Alerta de golpes
Em uma rede social, a embaixada do Brasil em Tel Aviv publicou nesta segunda-feira um alerta para que os brasileiros em Israel não caiam em golpes nas redes sociais que estão prometendo voos para deixar o país – o espaço aéreo está fechado em razão da guerra com o Irã.
Na nota, o Itamaraty confirmou ter tomado conhecimento desses golpes, acrescentando que as recomendações para os brasileiros têm sido emitidas por meio dos canais oficiais da embaixada em Tel Aviv e por meio do chamado “Alerta Consular”, documento eletrônico na página do Ministério das Relações Exteriores por meio do qual o governo faz uma série de orientações.
O alerta mais recente, publicado na última sexta (13), orienta os brasileiros a não viajarem para Israel nem para o Irã.
Também recomenda aos brasileiros que já estiverem nesses países que evitem aglomerações e protestos, só saiam de casa se a situação estiver segura e mantenham a documentação brasileira em dia.