Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2018
O mercado de energia vive momentos de dúvida e disputa sobre qual será a abordagem dada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), eleito no domingo (28), para o setor.
Além da divisão entre técnicos, representados pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e os militares, que veem a energia como um setor estratégico e de interesse nacional, há rachas mesmo dentro desses grupos.
Parte dos analistas defende um nome que agrade o Centrão do Congresso Nacional e que possa fazer articulações políticas que beneficiem o mercado.
Nessa linha, foram sugeridos nomes como os deputados Leonardo Quintão (MDB-MG) e José Carlos Aleluia (DEM-BA), segundo uma pessoa que acompanha as negociações.
Quintão foi um dos principais opositores à privatização de Furnas, subsidiária da Eletrobras. Já Aleluia é relator de um projeto de lei que defende a desestatização da elétrica. Nenhum dos dois conseguiu se reeleger.
Para um analista do setor, a ascensão de um ministro com esse perfil representaria uma continuidade em relação à atual gestão de Moreira Franco (MDB-RJ), que tem tomado decisões polêmicas entre os técnicos do setor e de viés mais político do que técnico.
Outro grupo defende uma escolha mais técnica e menos política para o cargo.
Entre os candidatos sugeridos estão os do ex-ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho (DEM-PE), que é bastante elogiado pelos empresários e executivos do setor, ou mesmo um nome mais liberal — uma das sugestões é Eduardo Guardia, atual ministro da Fazenda.
O nome de Luciano de Castro, professor da Universidade de Iowa convocado pelo economista Paulo Guedes para cuidar da área de energia durante a campanha eleitoral, é visto com simpatia por seu perfil liberal, mas analistas avaliam que ele não tem força política nem conhecimento suficiente das particularidades brasileiras para se gabaritar ao comando do setor.