Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de novembro de 2025
				O tenente-coronel Mauro Cid, afastado do Exército em razão de seu envolvimento na chamada trama golpista, deveria se reapresentar ao serviço nesta terça-feira (4), porém optou por tirar 60 dias de férias. A decisão foi tomada, segundo fontes militares, para evitar constrangimentos e preservar o ambiente interno na corporação. A expectativa é que, após esse período, o oficial não retorne mais às fileiras da Força, diante da falta de condições para o convívio com seus pares e subordinados.
Mauro Cid já protocolou um pedido de transferência para a reserva remunerada, com proventos proporcionais ao tempo de serviço prestado ao Exército. A solicitação deverá ser autorizada pela instituição a partir de janeiro do próximo ano, conforme os trâmites administrativos internos. O militar conta com 29 anos de carreira, mas precisaria completar 31 anos de serviço ativo para ter direito à passagem para a reserva com remuneração integral.
Durante o período em que exerceu a função de ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022, Cid não usufruiu férias. Por esse motivo, de acordo com a legislação vigente, ele deverá ser indenizado por dois períodos de descanso não utilizados no momento em que for formalizada sua transferência para a reserva.
O afastamento de Mauro Cid do serviço ativo ocorreu após seu nome ser incluído nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. O oficial foi acusado de participar de articulações que buscavam impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após as eleições de 2022. No curso das apurações conduzidas pela Polícia Federal e supervisionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Cid chegou a ser preso preventivamente e, posteriormente, firmou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Com base nas informações fornecidas no acordo, o STF concluiu o processo e condenou o tenente-coronel a dois anos de prisão em regime aberto, pena considerada branda em comparação com outros envolvidos no mesmo caso. Cid foi beneficiado pela colaboração e não deverá cumprir pena em regime fechado. Ele também teve a tornozeleira eletrônica retirada e passou a cumprir medidas cautelares, como recolhimento noturno, proibição de portar armas e restrição de uso de redes sociais.
A condenação e o afastamento das funções marcam o encerramento da trajetória de Mauro Cid no Exército, onde iniciou a carreira ainda na década de 1990. O caso segue sendo acompanhado pela cúpula das Forças Armadas, que deve concluir o processo administrativo referente à sua passagem para a reserva remunerada nos próximos meses. (Com informações do jornal O Globo)