Por Redação O Sul | 25 de dezembro de 2018
Os shows que estavam previstos para a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, na tarde da próxima terça-feira, em Brasília, foram cancelados, por questões de segurança. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S.Paulo”.
“O general Nilton Moreno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, esteve comigo e com a primeira-dama Michele Bolsonaro e disse que havia uma preocupação com a segurança do evento”, declarou à publicação a deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP).
Dentre as atrações programadas estavam a dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano e o cantor Eduardo Costa. Zezé – que no passado já foi apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – se aproximou de Bolsonaro durante a campanha eleitoral deste ano e chegou a visitá-lo em sua casa em um condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. A bandeira do Brasil é verde e amarela. Não é vermelha, gente”, declarou ao lado do então candidato do PSL, em outubro, às vésperas do primeiro turno do pleito.
Costa, por sua vez, chegou a compor música para o político do PSL durante a corrida presidencial. Figurinha fácil em polêmicas da internet, ele chamou a apresentadora da Fernanda Lima de “imbecil” depois que ela fez um discurso feminista no programa “Amor & Sexo”, da Rede Globo.
“Mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras votaram no Bolsonaro e agora essa imbecil com esse discurso de esquerdista… Mas ela pode ter certeza de uma coisa, a mamata vai acabar, a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco e o lado mais fraco hoje é o que ela está.” Dias depois, com a repercussão amplamente negativa de suas palavras, ele gravou um pedido de desculpas.
Ensaio
No domingo passado, antevéspera de Natal, o cerimonial do Palácio do Planalto realizou o primeiro “ensaio geral” para a posse de Jair Bolsonaro, que está marcada para as 15h de 1º de janeiro. Um segundo preparativo será realizado no próximo domingo, 30 de janeiro, dois dias antes do evento na capital federal.
O icônico veículo Rolls Royce tradicionalmente utilizado pelo “dono da festa” no percurso pela Esplanada dos Ministérios, foi usado na simulação. Um casal de figurantes fez o papel de Jair e Michele Bolsonaro. Sobre um possível desfile em carro aberto, porém, ainda não há uma definição – a decisão só deve ser conhecida no momento da cerimônia.
Convidados
O público que comparecer à Esplanada não poderá transportar garrafas, guarda-chuvas, mochilas, animais, máscaras e carrinhos de bebês. As restrições foram informadas pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), como um reforço nas medidas de precaução.
Desde a campanha eleitoral, quando foi atingido por uma facada, o presidente eleito vem sofrendo ameaças, identificadas pelos órgãos de inteligência do governo federal.
A Esplanada dos Ministérios será interditada a partir da primeira hora do dia 30 de dezembro e só será liberada às 8h do dia 2 de janeiro. O acesso ao público será feito por um único acesso, a Rodoviária de Brasília, com a presença de quatro linhas com revistas pessoais e detectores de metal.
Em meio a todas essas medidas de segurança, o governo federal ainda não chegou a um número final sobre a capacidade máxima na Esplanada. A estimativa aponta, no entanto, um total entre 250 mil e 500 mil pessoas.
“A área estará absolutamente segura para a festa da posse, sem que isso traga maiores constrangimentos ou dificuldades de acesso”, frisou na semana passada o GSI. Sobre possíveis atiradores de elite, o órgão limitou-se a dizer que estarão “em número suficiente”.
