Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2017
Em busca de apoio para aprovar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer anunciou, nesta quarta-feira, a liberação de um auxílio financeiro de R$ 2 bilhões ainda neste mês para os municípios brasileiros. Em evento no Palácio do Planalto, Temer pediu que prefeitos conversem com parlamentares e expliquem a relevância da reforma e os efeitos positivos que ela terá na economia.
“Eu peço para que os senhores, a partir de agora, que façam contatos com colegas deputados e senadores e digam: ‘olha, a sociedade quer e precisa disso’. Eu peço isso com muito empenho”, disse, prometendo mais ajuda às prefeituras.
Temer classificou de “mediana” a proposta que tramita na Câmara dos Deputados e previu que, em dez anos, quem estiver presidindo o País terá de considerar uma revisão na regra de transição da idade mínima de aposentadoria prevista no texto. O presidente afirmou ainda temer que uma eventual não aprovação da reforma da Previdência gerará uma reação negativa na economia brasileira. Ao mesmo tempo afirmou que, se a medida receber o aval dos parlamentares, o Brasil “dará um salto”.
“Eu temo que se, nós não conseguirmos aprovar a reforma previdenciária, a economia responda negativamente e isso não é bom para o País”, afirmou o presidente.
A votação da reforma está prevista para a próxima terça-feira, mas Temer já afirmou que, se o Planalto sentir não ter os 308 votos suficientes, a ideia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é de marcar uma nova data para fevereiro. No evento desta quarta-feira, o presidente afirmou que não sabe se votará a reforma “agora” e que é preciso ver os votos.
“Não sabemos se vamos votar a Previdência agora, vamos ver os votos”, afirmou durante o discurso.
O presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, afirmou que as prefeituras não estão “se vendendo” pela reforma, mas que é “obrigação” dos gestores apoiar a proposta.
“Alguém está dizendo que os municípios estão se vendendo, isso não é verdade. Nós aceitamos porque o Brasil é uma federação. É obrigação do gestor apoiar a reforma da Previdência, em nome do cidadão brasileiro”, disse Ziulkoski.
Como estratégia para pressionar os prefeitos a influenciarem deputados na Câmara para que eles votem em favor das mudanças nas regras de aposentadoria, o governo já prometeu liberar mais R$ 3 bilhões a municípios em 2018, caso a reforma seja aprovada.
Por que a reforma é necessária?
Segundo o governo, a Previdência registra rombo crescente: gastos saltaram de 0,3% do PIB, em 1997, para projetados 2,7%, em 2017. Em 2016, o deficit do INSS chegou aos R$ 149,2 bilhões (2,3% do PIB) e em 2017, está estimado em R$ 181,2 bilhões. Os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter mais idosos, e os jovens, que sustentam o regime, diminuirão.