Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de agosto de 2021
Em crise após a tomada da capital Cabul pelo grupo fundamentalista armado Talibã, o esporte do Afeganistão vive cenário de apreensão. Após a notícia de que a equipe paralímpica não conseguiu viajar a Tóquio para disputar os Jogos, uma notícia positiva foi confirmada nesta sexta-feira: a velocista Kamia Yousufi conseguiu deixar o país.
A atleta foi porta-bandeira do país nos Jogos de Tóquio e disputou os 100m rasos. Terminou em sétimo em sua bateria, com tempo de 13s29, recorde afegão, mas não conseguiu se classificar. Yousufi, de 25 anos, fugiu para o Irã.
A notícia foi confirmada pelo presidente do Comitê Olímpico do Afeganistão, Aref Peyman. Kamia, que competiu com roupa que cobria o corpo no Japão, era uma em meio às atletas mulheres que temiam pelo cerceamento de direitos no novo regime do país.
A atleta nasceu justamente no Irã, em 1996, após os país buscarem refúgio temendo o futuro do país, após tomada do poder pelo Talibã naquele mesmo ano. Sua família tem origem em Kandahar, a segunda maior cidade e berço do Talibã.
Mesmo nascida em solo iraniano, Yousufi começou no atletismo aos 13 anos e cresceu sem poder representar um país, pois sua situação era de refugiada afegã, mesmo sem nunca ter pisado lá — o que só mudou em 2013, quando o governo afegão incentivou o esporte com um campeonato de talentos para quem vivia fora do país.
A velocista já havia competido na Rio-2016, quando foi a única atleta mulher do país na delegação. Na oportunidade, também carregou a bandeira na cerimônia de abertura. Foi ovacionada pelo público no Maracanã.