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Geral O porta-voz do governo francês foi retirado às pressas de seu escritório após uma invasão dos “coletes amarelos”

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Neste domingo, mulheres saíram às ruas em manifestação contra o governo. (Foto: Reprodução)

O porta-voz do governo francês, Benjamin Griveaux, e sua equipe precisaram ser retirados às pressas do escritório, depois que um grupo de “coletes amarelos” entrou no edifício onde eles estavam no sábado (5). Os autores da ação – cerca de 15 pessoas – forçaram a porta com um veículo de obras e conseguiram acessar o pátio. Dois carros, um muro e vários vidros ficaram danificados.

Em uma rápida declaração aos jornalistas, Griveaux afirmou que estava trabalhando quando um segurança avisou que ele e a equipe deveriam sair do local por uma das portas dos fundos. “Não me atacaram. Atacaram a República e a democracia”, ressaltou o porta-voz, que qualificou a ação de “inaceitável”.

Ele afirmou acreditar que as câmeras de vigilância ajudarão a identificar os envolvidos, que serão “punidos”.

“Não cederemos aos violentos nem aos que pedem a queda do governo”, afirmou ele, em alusão direta ao movimento dos “coletes amarelos”. A ação do grupo aconteceu durante o oitavo sábado seguido de manifestações, com mobilizações que provocaram confrontos em várias cidades da França, principalmente em Paris. Griveaux lançou na sexta-feira (4) uma dura mensagem contra os que continuam participando dos protestos dos “coletes amarelos”. Segundo ele, essas pessoas são “agitadores que querem derrubar o governo” e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Mulheres

Centenas de mulheres “coletes amarelos” se reuniram neste domingo (6) em várias cidades da França para dar uma imagem pacífica do movimento que há oito semanas organiza protestos nas cidades e rodovias do país. Cerca de 50 mil protestaram no sábado no “ato VIII” da mobilização. A manifestação, que quer destacar as dificuldades que a população enfrenta para sobreviver, foi marcada por novos confrontos com a polícia.

Neste domingo, o ministro da Economia, Bruno Le Maire, fez um chamado aos franceses para exigirem o fim dos atos violentos. “Desejo que todos que creem na democracia, na representação soberana do povo francês, se reúnam e digam ‘é suficiente'”, declarou Le Maire em entrevista a uma rádio.

Em Paris, as mulheres se reuniram na manhã deste domingo na praça da Bastilha e na praça da República vestidas com barretes frígios e carregando balões amarelos. “Esta manifestação não é feminista, mas quer dar uma imagem inédita ao movimento”, disse à agência de notícias AFP Karen, enfermeira de 42 anos de Marselha e uma das fundadoras do grupo do Facebook “Mulheres coletes amarelos”.

“Através desta primeira manifestação de mulheres, queríamos ter outro canal de comunicação além da violência, porque tudo o que sai do movimento na imprensa são os atos de violência, e nos esquecemos do fundo do problema”, explicou.

Sophie Tissier, uma mulher de 40 anos, concorda. No megafone, ela desta a dificuldade para as mulheres de se “destacar na sociedade”. “Somos mais pacíficas que os homens e queremos nos mobilizar pacificamente. (…) Somos muitas nas manifestações, nas rotatórias, porque somos as mais afetadas pelo trabalho precário”, declarou.

Em Toulouse, no Sul da França, cerca de 300 mulheres se reuniram na praça Arnaud-Bernard antes de marcharem nos bulevares do centro da cidade, de acordo com a Prefeitura. Um grande cartaz preto afirmava: “Precarizadas, discriminadas, indignadas, mulheres na linha de frente”.

“Vim pelo futuro de nossos filhos. Deixamos uma sociedade podre para eles. Muitos ficarão desempregados, e as pessoas idosas sempre trabalharão mais. Não terão direito de se expressar se não agirmos agora”, explicou à AFP Monique, uma funcionária pública de 64 anos.

A cidade de Caen, Noroeste da França, também viveu cenas de violência no sábado, e neste domingo centenas de mulheres, algumas com filhos, se manifestaram nas ruas da cidade.

“O governo quer passar a imagem de que somos violentos, mas hoje somos as mães, as avós, somos as filhas, as irmãs de todos os cidadãos e queremos dizer que nossa raiva é legítima”, afirmou Chloé Tessier, professora de equitação de 28 anos. “É durante as crises sociais que os direitos das mulheres estão em risco”, acrescentou.

Outras manifestações ocorreram em Saône-et-Loire e em Montceau-les-Mines (Centro-oeste). Entre as manifestantes, uma mulher jovem empurrava um carrinho com a frase: “Sou uma menina e não quero ter filhos neste mundo”.

 

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