Por Redação O Sul | 22 de janeiro de 2018
As autoridades do Rio Grande do Sul prometem a presença de atiradores de elite e 150 câmeras de segurança para garantir a ordem durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para esta quarta-feira no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), no bairro Praia de Belas, na região central de Porto Alegre.
Os atiradores de elite, entretanto, não estarão armados – segundo a Secretaria da Segurança, farão apenas o papel de observadores, ocupando pontos estratégicos. Também haverá patrulhamento naval nas águas do lago Guaíba. O entorno do prédio do Tribunal será isolado a partir do meio-dia desta terça-feira, horário a partir do qual os sete prédios públicos localizados no entorno terão o expediente suspenso.
Às 17h, só entrará no perímetro quem estiver credenciado. As câmeras de segurança irão cobrir toda a região.
A área isolada inclui o Parque Harmonia, onde representantes de movimentos de esquerda chegaram a planejar a montagem de um acampamento. Também haverá um bloqueio no espaço aéreo da região: apenas aeronaves a serviço das forças de Segurança Pública e Defesa poderão sobrevoar o local.
Em entrevista à imprensa na manhã dessa segunda-feira, o secretário de Segurança Pública Cezar Schirmer orientou a população a evitar o entorno do TRF-4, a fim de evitar sobrecarrega ao trânsito, que já está afetado no Centro Histórico da cidade.
As autoridades não quiseram informar o número do efetivo policial empregado na segurança, o tempo de isolamento do perímetro e o custo da operação. “A democracia tem custo, não se pode fazer economia com a preservação da democracia”, argumentou o titular da pasta.
A 3ª DPPA (Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento) da Polícia Civil, no bairro Navegantes, na Zona Norte da Capital gaúcha, concentrará os maiores de idade envolvidos em ocorrências. Já os adolescentes serão encaminhados ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), no Jardim do Salso, na mesma região da cidade. A partir desta terça-feira, a 17ª e a 1ª Delegacia de Polícia, no Centro Histórico, terão as suas estruturas reforçadas.
Julgamento
Em julho do ano passado, Lula foi condenado em primeira instância pelo juiz federal Sergio Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava-Jato. Nesta quarta-feira, o recurso de apelação de sua defesa será julgado pelo TRF-4.
Na ação, o petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, referia-se à cessão – pela construtora – de um apartamento triplex ao ex-presidente na praia do Guarujá (SP), a reformas feitas pela empresa no imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial.
Em caso de condenação em segunda instância, o líder petista que comandou o País entre 2003 e 2010 ficará inelegível pela Lei da Ficha Limpa. No entanto, ele poderá se manter na disputa por um terceiro mandato na eleição deste ano, por meio de novos recursos.
