Quarta-feira, 12 de novembro de 2025

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Geral Preços disparam na COP30 e restaurantes de Belém se promovem como “refúgio do preço justo”

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O Bar Baiúca avisou que seus "preços não vão decepcionar ninguém". (Foto: Reprodução)

O Samba Batuque da Feira do Açaí, em Belém do Pará, brincou com a polêmica dos altos preços cobrados dentro da Blue Zone, o centro diplomático da COP30. Para chamar o público ao evento, reiterou de forma debochada, em publicação nas redes sociais, que a entrada era gratuita, “sem sustos”. Da mesma forma, o Bar Baiúca avisou que seus “preços não vão decepcionar ninguém” e, em um vídeo bem-humorado, mostrou o quanto se consegue consumir lá com R$ 50, valor que no espaço oficial da conferência pode ser suficiente apenas para um salgado simples e uma água.

Nos últimos dias, esse assunto tomou a cidade, com moradores ora curiosos, ora irritados com o foco no tema. Já os estabelecimentos de fora da Blue Zone aproveitaram para reforçar seu marketing.

Diante das críticas, as operadoras dos restaurantes e quiosques oficiais da Blue Zone se manifestaram em uma nota para explicar que “os preços praticados no evento foram calculados segundo boas práticas do setor, com uso de ficha técnica, rendimento e custos”, que foram critério de pontuação no processo licitatório.

A nota – assinada por Ponto de Cultura Alimentar Iacitatá, Consórico CAM, Pastíssimo, Delícias Quilombola, Govinda Restaurante, Cervejaria Araguaia, Nanay Café, Coffee Lovers e Santé Saudável –destacou que os operadores têm “custos significativos” para participar do evento, como pagamento de 280 dólares por metro quadrado para ocupar seu espaço; repasse de percentual do faturamento para a Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), responsável pela licitação dos restaurantes, além de compra de equipamentos especiais e de mão de obra bilíngue.

No último fim de semana, os polêmicos preços praticados foram o assunto mais comentado nas ruas de Belém. Na quinta-feira passada, primeiro dia da Cúpula do Clima, o jornal O Globo publicou reportagem contando que uma coxinha de frango custava R$ 30 e um pedaço de bolo de cenoura com chocolate, R$ 40. Em outro quiosque, a água saía a R$ 25. O vídeo viralizou, assim como outros sobre o tema.

Depois das críticas, alguns preços foram reduzidos nos últimos dias. Um quiosque que cobrava R$ 25 pela água e R$ 60 pelo prato de estrogonofe reajustou os valores para R$ 20 e R$ 45, por exemplo. A precificação não é tabelada na COP, variando conforme a operadora.

Muitos comerciantes tiveram a ideia de “tirar uma casquinha” da polêmica, e aproveitaram para explorar o tema nas suas redes sociais. O post, no sábado (8), do Baiúca brincando com seus preços baixos, caiu nas graças do povo. As imagens mostram produtos que podem ser consumidos sem estourar o valor de R$ 50: cerveja litrão, espetinho de carne e pelo menos mais duas bebidas, tudo por R$ 47. “Ainda sobra para o Uber”, brincava o texto.

“Isso é marketing em cima do lance. Parabéns”, elogiou um cliente, nos comentários.

Gabriela Velloso, Dona do Baiúca, explica que a ideia surgiu de forma espontânea e que esse tipo de comunicação é habitual do estabelecimento, que gosta de se mostrar como o “bar mais barato da cidade”.

“Quando começou toda essa conversa sobre os preços absurdos da COP, era impossível não falar disso. É muito do nosso jeito, transformar o que está em alta na cidade em humor, sem atacar ninguém, mas rindo junto”, conta. “Usamos a polêmica a nosso favor: enquanto tudo ‘encareceu’ com a COP, o Baiúca continua sendo o refúgio do litrão barato, do preço justo e mantendo a essência do boteco paraense.”

Velloso diz que viu outras lanchonetes e hotéis locais surfarem na onda. Por outro lado, diz que muitos belenenses ficaram “indignados” com o assunto, como se a polêmica estivesse manchando a imagem da cidade.

“Devemos lembrar que eventos desse patamar costumam ter preços mais elevados. Injustiça seria dizer que isso se dá apenas em Belém”, disse a dona do Baiúca.

A culinária paraense esteve presente até no discurso de Lula, na abertura oficial da COP30, na segunda (10). “Tirem proveito desta cidade, tirem proveito dessa alegria, da beleza, do charme, do carinho e do amor de homens e mulheres que vão receber vocês. Sobretudo, tirem proveito da culinária do Pará. Aqui vocês vão comer comidas que vocês não comeram em nenhum lugar do mundo, talvez o melhor peixe”, defendeu o presidente.

O Point do Açaí, tradicional restaurante da iguaria amazônica, aproveitou o final de semana para anunciar que o litro do açaí custaria R$ 20 naqueles dias: “Deu a louca no Piqueno”, dizia a publicação, em referência ao apelido do dono, Nazareno Alves.

“Parabéns por dar o exemplo e não explorar os turistas”, dizia um dos comentários.

No Baiúca da Resenha, outro bar apesar do nome parecido, o cliente Rony Soares brincava com o assunto no último sábado.Fica tranquilo que aqui não é o preço da COP30”, respondeu, quando lhe foi pedido o cardápio emprestado. As informações são do jornal O Globo.

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