Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2015
A cidade italiana de Sellia, na região da Calábria, aprovou uma ordem que estabelece a “proibição de morrer” a seus moradores, a maioria idosos, a fim de conter o despovoamento e amortizar seus serviços de saúde. Sellia é um pequeno município medieval no qual 60% da população é formada por idosos de mais de 75 anos, muitos deles mulheres viúvas.
A ordem municipal entrou em vigor em 5 de agosto e, ao estabelecer a “proibição de morrer”, convida os cidadãos a se “preocuparem com a saúde”, explicou o prefeito da cidade, Davide Zicchinella. “Nós fizemos estA ordem não para brincar, mas com seriedade. Porque Sellia, como muitos locais do sul da Itália, sofre com o despovoamento”, defendeu.
Sistema de cuidados de saúde foi criado
Zicchinella explicou que foi criado “todo um sistema para cuidarmos da saúde dos cidadãos” com a abertura de um centro de saúde, um ambulatório e uma rede de transporte de pessoas ao hospital mais próximo, em Catanzaro. Mas em troca desses serviços, os cidadãos deverão cuidar de sua saúde a fim de deter o despovoamento no lugar. Além disso, de acordo com a ordem, os que não cuidam da saúde deverão, simplesmente, pagar mais impostos.
Perguntado sobre como identificará os moradores que não se cuidam, o prefeito, que também é pediatra garantiu que a prefeitura “tem registros, sabe quem faz exames e quem não, quem se cuida ou se descuida”.
Atualmente, na Itália, a idade média dos moradores supera os 44 anos, segundo o Instituto de Estatísticas do país, e a população registrou nos últimos anos um crescimento praticamente nulo – que tem como consequência uma população cada vez envelhecida. (AG)