Domingo, 17 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2021
Objetivo é abrigar, em ambiente familiar, meninas e meninos afastados de seus pais.
Foto: Joel Vargas/Arquivo/PMPAA prefeitura de Porto Alegre seleciona famílias para abrigar crianças e adolescentes afastados temporariamente de seus pais. Atualmente, a Capital possui quase 600 crianças em situação de acolhimento institucional. Dessas, quase 300 poderiam estar em lares temporários, mas somente cinco vivem com famílias acolhedoras.
Diferente da adoção, o programa Família Acolhedora tem o objetivo de resgatar o vínculo com a família de origem. O objetivo é acolher, em ambiente familiar, crianças e adolescentes afastados do convívio de suas famílias por determinação do Juizado da Infância e Juventude, que estejam em situação de negligência, abandono e/ou violência. A pessoa, ou família, pode participar mais de uma vez do programa, podendo acolher apenas uma criança ou grupo de irmãos por vez. O acolhimento familiar é medida protetiva e guarda temporária.
As famílias acolhedoras não se comprometem a assumir como filho, mas focar nos cuidados para que o acolhido retorne à família de origem, que também é assistida, possibilitando a reinserção familiar.
As equipes técnicas do Núcleo de Acolhimento da Proteção Social Especial (PSE) da Fasc mantêm esforços para assegurar a modalidade de Acolhimento Institucional, que garanta os cuidados necessários para as crianças e adolescentes afastados temporariamente de seus pais através de determinação judicial, priorizando sempre o trabalho técnico para o retorno familiar. “Somente serão admitidas como famílias candidatas aquelas que não estão habilitadas à adoção”, sinaliza a coordenadora da Alta Complexidade da Proteção Social Especial, Paloma Coronel.
Requisitos
Para se tornar uma família acolhedora, é necessário atender a uma série de requisitos: disponibilidade afetiva para cuidar de uma criança, ou grupo de irmãos, ser residente em Porto Alegre, ser maior de 18 anos e não estar no Cadastro Nacional de Adoção.
Seleção
A família inscrita passa por um processo de seleção e capacitação para então estar habilitada a receber uma criança em sua casa. O Abrigo João Paulo II, que integra a Rede Parceira da Fasc, faz a captação, preparação e acompanhamento das famílias. Após a avaliação do abrigo, equipe técnica do Judiciário analisa a família que irá receber habilitação e cadastro como acolhedora. “Queremos muito contar com mais famílias acolhedoras”, ressalta a coordenadora da abrigo, Suzana Pellegrini. Também são parceiros do programa o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Rede Marista.
A psicóloga do abrigo, Solange Paim, destaca o diferencial do projeto, que é o cuidado individualizado de crianças e adolescentes. “Percebe-se a mudança na vida das crianças. É perceptível desde o momento da sua chegada à casa dos acolhedores. Propicia um crescimento mais saudável, tanto nos aspectos cognitivos, quanto emocionais”, comemora.
A aposentada Marli Hofstatter descreve a experiência como gratificante. Ela acolheu uma menina em março com a intenção de ajudar de alguma forma as crianças e as suas famílias. “Graças a Deus está sendo uma experiência muito boa. Mais pessoas podem ser famílias acolhedoras, porque todos têm algo para dar e podem fazer a diferença na vida de uma criança”, salienta.
Agendamento
As famílias interessadas devem entrar em contato com o Abrigo João Paulo II para agendamento de entrevista por meio do telefone (51) 997252653 ou o email 4033@pobresservos.org.br.
Outras modalidades de acolhimento
Porto Alegre tem mais duas modalidades de acolhimento: Abrigo Residencial (acolhidas 351 crianças e adolescentes) e Casa Lar (casal/mãe social abriga até dez crianças e adolescentes. São 238 acolhidos na Capital).