Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2022
Greve causou caos no transporte municipal de São Paulo.
Foto: ReproduçãoOs motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo entraram em acordo com as empresas para encerrar a paralisação iniciada na madrugada desta terça-feira (14), anunciou a Prefeitura de São Paulo. A greve afetou 2,7 milhões de pessoas na capital paulista pela manhã, deixando usuários sem transporte e provocando aumento do trânsito, em razão do maior uso dos automóveis.
“O atendimento nas 713 linhas paralisadas está sendo retomado de forma gradativa e deverá se normalizar. A SPTrans monitora o retorno da frota da cidade para minimizar os impactos na população”, informou a prefeitura.
A decisão sobre o fim da greve acontece após a gestão Nunes aceitar a liberação de subsídios para atender a uma das reivindicações dos trabalhadores, a de que o reajuste de 12,47% tenha validade desde maio e seja pago de forma retroativa. As empresas de ônibus haviam proposto o reajuste a partir de outubro.
O encerramento da paralisação foi confirmado também pela assessoria de imprensa do SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo). O Sindmotoristas (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário Urbano), responsável por organizar a greve, afirma apenas que a greve foi “suspensa” e que alguns pontos seguem em negociação.
O julgamento do dissídio, que aconteceria na quarta-feira na Justiça do Trabalho, também foi suspenso enquanto patrões e funcionários negociam os pontos pendentes do acordo. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho, os motoristas pediram mais cindo dias úteis para a conclusão das negociações.
Segundo o SPUrbanuss, o MPT (Ministério Público do Trabalho) emitiu um parecer favorável à greve e ao reajuste pedido pelos trabalhadores, o que teria desmobilizado a paralisação.
Caos
A greve começou à 0h e afetou 713 das 1.200 linhas que circulam por São Paulo. Apenas 487 operaram normalmente pela manhã. Uma decisão da Justiça estabelecia que 80% da frota deveria estar em circulação nos horários de pico, e 60%, nos demais horários. Em caso de descumprimento, a multa diária é de R$ 50 mil. A adesão à greve, no entanto, foi ampla em parte dos terminais de ônibus da cidade.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que vai pedir à Justiça aumento do valor da multa aplicada ao sindicato pela paralisação de ônibus que ocorre na cidade. O Sindmotoristas contestou a informação de que está desrespeitando a liminar da Justiça e disse que o setor patronal não apresentou nenhum plano de operação dos veículos.