Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2019
Em sua segunda edição, o Prêmio Minuano de Literatura teve a sua cerimônia de premiação nesta quarta-feira (6). Os vencedores foram conhecidos em evento na Sala da Música do Multipalco Eva Sopher do Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/nº, na capital).
Foram anunciados os vencedores do prêmio em 10 categorias: Conto, Ilustração, Juvenil, Infantil, História em Quadrinhos, Crônica, Ficção: romance/novela, Poesia, Texto Dramático e Especial. A iniciativa resulta de uma parceria entre o IEL (Instituto Estadual do Livro) e o Instituto de Letras da Ufrgs, com apoio da Fundação Theatro São Pedro.
O objetivo é reconhecer a produção literária gaúcha, contribuindo para sua divulgação e incentivo à leitura e à produção escrita, com participação aberta a obras publicadas no decorrer em 2018 por autores e editoras do Rio Grande do Sul. Os finalistas, três em cada categoria, foram anunciados em setembro.
Confira os vencedores por categoria
Conto – Cavalos de Cronos – José Francisco Botelho. Editora Zouk (autora mandou representante)
Ilustração – Que monstro Menino? De Milene Barazzatti. Ilustrador Marlon Costa. Editora Alarte.
Juvenil – Dois meninos de Kakuma – Marie Ange Bordas. Editora Pulo do Gato. (autora mandou representante)
Infantil- Histórias de (não) era uma vez. Maria Luiza Puglia. Editora Physalis.
História em Quadrinhos – Silas. Rafa Pinheiro. Editora Avec.
Crônica – Não existe mais dia seguinte. Vitor Necchi. Ed. Taverna.
Ficção: romance/novela- Tupinilandia. Samir Machado. Editora Todavia.
Poesia – Entre uma praia e outra. Ronald Augusto. Editora Artes & Ecos
Texto dramático – Guerra de urina- Altair Teixeira Martins. EDIPUCRS
Categoria especial – Literatura à margem. Cristóvão Tezza. Ed. Dublinense. (autor enviou representante)
Escrita e leitura
O prêmio que incentiva a produção da escrita e leitura teve na figura da diretora do IEL, Patrícia Langlois e sua equipe, um início de tradição, com sua sequência neste ano, por seu caráter civilizatório, conforme afirmou Sérgio Minuzzi, diretor do Instituto de Letras da UFRGS. “Demonstra que a literatura está viva, especialmente neste momento de ameaças à cultura”, disse.
Sobre a afirmação de que o livro vai desaparecer em função da tecnologia, a vice-reitora da UFRGS, Jane Tutikian, afirmou que isto não vai acontecer, porque independente da vertente literária, cada um deles é o que nós somos, fala pelos que não podem falar”.
Vencedores comemoram
“As histórias em quadrinhos deixaram de ser coisa de criança, com obras questionadoras da realidade, que discutem fascismo e a relação com a natureza. Isto demonstra maturidade”, afirmou o editor da AVEC, Artur Vecchi, em nome de Rafa Pinheiro, ganhador na categoria HQ.
Ao criar sua obra, Necchi fez um registro de tempo ancestral de memórias e de um presente muito brutal, sendo que no prefácio pontua que prenuncia o horror que estamos vivendo. “Hoje foi anunciado o pacote do governo federal e como apoiar alguém que despreza índios, mulheres e o conhecimento?”, disse.
Já em “Tupinilândia” Samir Machado fez um profundo trabalho de pesquisa da cultura de massa, que tece uma crítica a nosso passado recente, ao explorar a inclinação do brasileiro pela ditadura e agradeceu a quem lê livros.
E, em sua obra poética, Ronald Augusto fala de violência, racismo e condição humana. O escritor citou Oliveira Silveira: “povo que não tem virtude acaba por escravizar”.
Agradecendo ao IEL, por tê-lo tornado leitor; à UFRGS por introduzi-lo na leitura erudita e à PUCRS por tê-lo publicado, Altair Martins enalteceu o texto de teatro: “é nele que me senti mais livre e poderoso. Que o Minuano mantenha esta categoria e que outros prêmios e concursos a instituam”.
A cerimônia contou a presença da secretária de Estado da Cultura adjunta, Carmen Langaro; da vice-reitora da UFRGS, Jane Tutikian; do presidente da Câmara Riograndense do Livro, Isatir Botin Filho; da patrona da Feira do Livro de Porto Alegre 2019, Marô Barbieri e do coordenador do Livro da Secretaria Municipal de Cultura, Sérgius Gonzaga, entre muitas outras personalidades da cena cultural gaúcha, como os escritores Airton Ortiz e Luiz Coronel. O tom descontraído e poético ficou por conta da música de João Maldonado e Fátima Gimenez.