Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2015
O juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta quarta-feira a denúncia contra executivos da Andrade Gutierrez, que agora passam a responder sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia foi feita pela força-tarefa da Operação Lava-Jato, que investiga o pagamento de propina em obras da Petrobras, contra o presidente da empreiteira, Otávio Marques de Azevedo, e outras 12 pessoas, incluindo ex-funcionários da construtora.
Azevedo está preso preventivamente em Curitiba (PR), junto com o diretor da empresa Elton Negrão de Azevedo Júnior – também denunciado nessa ação.
Conforme a decisão de Moro, há “provas documentais do fluxo financeiro” entre a Andrade Gutierrez e operadores de propina, paga em dez contratos da empresa com a Petrobras.
O MPF (Ministério Público Federal) acusa a empreiteira de ter promovido o pagamento de 243 milhões de reais em vantagens indevidas nesses contratos. Foram detectadas movimentações de pelo menos 10 milhões de reais, aproximadamente, em operações de lavagem de dinheiro, feitas com o auxílio dos operadores Alberto Youssef, Fernando Soares (conhecido como Baiano), Armando Furlan Júnior, Mario Goes e Lucélio Goes. A empresa nega as acusações.
Na decisão, Moro releva que Mario, preso desde fevereiro, fechou um acordo de delação premiada com o MPF. Ele admitiu que movimentou pelo menos 3,4 milhões de reais e outros 6 milhões de reais, no Brasil e no exterior, para o pagamento de propinas a Pedro Barusco, ex-gerente da área de Serviços da Petrobras.
E-mails trocados entre empreiteiras com indícios de acertos para licitações também foram destacados por Moro como provas da participação da Andrade Gutierrez no esquema.