Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2015
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou na quinta-feira que se o governo federal não assumir claramente a paternidade do pacote de projetos elaborado sob a chefia do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nada terá prosseguimento no Congresso.
Apesar de serem do mesmo partido, os presidentes da Câmara e do Senado passaram a atuar em linhas opostas nos últimos dias. Cunha mantém a postura de confronto com o governo. Calheiros se aproximou do Planalto e apresentou um pacote de projetos na área econômica, a Agenda Brasil. “Por enquanto estou vendo muito holofote, quero ver ação”, afirmou o presidente da Câmara, voltando a repetir críticas segundo as quais as principais ameaças ao ajuste fiscal partiram do Senado, não da Casa.
O deputado disse estar sempre aberto ao diálogo, mas indicou que não partirá dele a iniciativa de aproximação com o Planalto ou com Calheiros. “Não tenho que procurar ninguém para saber que proposta está sendo inventada. Quem está inventando é que tem que procurar para pedir o apoio, se for o caso.”
Cunha foi claro ao dizer que projetos de autoria de senadores não terão tratamento privilegiado e podem demorar anos para serem votados. Segundo ele, cabe ao governo colocar a digital nessas propostas e enviar ao Congresso projetos com regime de urgência constitucional, o que força uma votação mais rápida – já que passam a obstruir a análise de outros temas se não forem votados em até 45 dias.
Um dos objetivos das declarações do deputado é constranger o governo a assumir itens do pacote de Calheiros que são claramente rejeitados pela base petista, entre eles o endurecimento das regras da aposentadoria e da demarcação das terras indígenas.
(Folhapress)