Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2015
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na quinta-feira que desistiu de fazer uma viagem oficial para a Itália que estava marcada para a tarde de ontem. Inicialmente, ele participaria do 1 Fórum Parlamentar Itália, América Latina e Caribe, em Roma. Ele justificou a decisão alegando que resolveu ir ao casamento do senador Romero Jucá (PMDB-RR) neste sábado. Cunha também argumentou que a viagem seria muito corrida porque já teria de estar de volta ao Brasil no início da semana e o evento não compensaria o esforço.
“Eu ia apenas fazer um discurso na segunda-feira e voltar correndo para chegar no Rio, para chegar aqui ao meio-dia. Eu achei que era muita corrida para um evento que não tem o tamanho que justificasse”, alegou.
Na quarta-feira, o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil os autos de uma investigação sobre Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, segundo informou a PGR (Procuradoria-Geral da República). Questionado pela imprensa se o cancelamento da ida à Itália tem a ver com o fato, ele negou. “Não tem a ver com nada.”
As investigações começaram em abril na Suíça e resultaram em bloqueio de valores de Cunha, de acordo com a PGR. O peemedebista não quis responder a perguntas sobre se tem contas no exterior e pediu que os jornalistas procurassem seu advogado. “Perguntem a ele, porque eu não vou responder nada que não seja por meio do meu advogado.” Em sua declaração de renda entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nas eleições de 2014, Cunha informou ter apenas uma conta no banco Itaú com saldo de 21.652,39 reais.
Sessão da Câmara
Cunha presidiu sessão da Câmara no início da tarde de quinta-feira. O líder do PSOL na Casa, Chico Alencar (RJ), subiu à tribuna do plenário e perguntou sobre uma eventual conta do presidente da Casa no exterior. “A pergunta que não quer calar: o presidente Eduardo Cunha tem ou não contas secretas na Suíça? […] Essa é uma pergunta de interesse público, não é invasão de privacidade”, disse Alencar. Ele ressaltou que o peemedebista tinha obrigação de se explicar pela “transparência do parlamento e a dignidade da política”. E afirmou ainda que o “silencio cúmplice” dos demais deputados é incompatível com a responsabilidade dos mandatos públicos.