Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2015
Questionado sobre o futuro político da presidenta Dilma Rousseff diante do iminente parecer do TCU (Tribunal de Contas de União) sobre o balanço contábil do governo em 2014, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) admitiu que um resultado adverso ao Palácio do Planalto poderá fornecer elementos de fundamentação a novos pedidos de impeachment da chefe do Executivo.
“Eu acho que existe o risco de uma rejeição das contas turbinar politicamente um pedido de impeachment”, ressaltou. “Se você tiver esse parecer e isso provocar uma rejeição de contas aprovada também pelo Congreso Nacional, provavelmente se tratará de um outro pedido, ou embasará outro tipo de solicitação”, avaliou.
O peemedebista faz a ressalva, porém, de que essa fundamentação talvez não ímpeça que novos pedidos esbarrem na discussão da possibilidade de responsabilização da presidenta por atos cometidos antes do atual mandato, iniciado em janeiro de 2015.
Na próxima semana, o TCU retomará a discussão sobre as contas do governo referentes a 2014. Fontes ligadas à Corte já adiantam que o relator do caso, ministro Augusto Nardes, deverá concluir pela rejeição dos números, também submetidos à avaliação pelos demais ministros do órgão. Uma vez encerrada essa fase de análise, o documento é encaminhado ao Parlamento, que dará a palavra final.
Cunha já arquivou, nos últimos dias, cinco pedidos de afastamento da presidenta. Ele informou que deve decidir sobre todas as solicitações um prazo máximo de 15 dias. A oposição apoia o pedido apresentado pelo jurista Hélio Bicudo, cofundador do próprio PT e cuja iniciativa recebeu complementação do colega Miguel Reale Júnior. Se o presidente da Câmara optar pelo arquivamento, ambos poderão recorrer ao Plenário da Casa. (AE)
